Melyah despede-se do Verão a cantar

‘Goodbye Summer’ é o mais recente ‘single’ lançado por Melyah nas plataformas de streaming na internet, entre as quais o Spotify, o serviço de distribuição digital de música mais usado em todo o Mundo. Este é o terceiro trabalho lançado pela cantora residente em Queijas (Oeiras) através destas plataformas. Os dois temas anteriores, ‘My Time Now’ (Setembro 2020) e ‘Soul Searching’ (Maio de 2020), alcançaram cerca de 55 mil audições.

Dado a conhecer aos internautas a 23 de Setembro, ‘Goodbye Summer’ é um tema intimista, num registo dançável, que promete agradar aos seguidores do percurso da artista, que ficou conhecida do grande público através do pequeno ecrã, na edição de 2009 do programa de divulgação de talentos ‘Ídolos’, apresentado na SIC. Na altura, sob o nome de Mel Pires, ficou entre os 10 finalistas e cativou os telespectadores com as suas actuações.

Nesta nova fase da sua carreira artística, Melina Pires, que chegou a ser referida como ‘a menina doce do Ídolos’, apontada também como a Mariah Carey portuguesa, devido à forma melodiosa de cantar, resolveu apostar forte numa carreira desenhada para poder ultrapassar fronteiras. Os três temas deste percurso partilhado nas plataformas de streaming de Música são todos cantados em inglês, com base em letras escritas pela própria cantora.

Desta vez, em ‘Goodbye Summer’, Melyah, que também escreve as melodias vocais e co-produz os instrumentais, optou por concluir a edição em Los Angeles (EUA), com a colaboração de dois produtores reconhecidos, Monksmith e Trace Nova. “Nesta fase, prefiro sempre juntar-me a alguém e ter mais pessoas envolvidas no projecto”, justifica a cantora, que divulga as suas músicas também nas redes sociais, blogs e playlists.

Após a sua participação no concurso ‘Ídolos’, a jovem, na altura com 18 anos, que andou em digressão pelo País com os restantes finalistas, sentiu-se incentivada a escrever as suas próprias músicas, posteriormente utilizadas em telenovelas.  O jornal ‘O Correio da Linha’ esteve à conversa com Melyah, que estudou durante oito anos no Conservatório Nacional de Música, tendo feito parte do coro e assumido a função de chefe de naipe da orquestra enquanto violetista.

FEEDBACK BASTANTE POSITIVO

Jornal ‘O Correio da Linha’ (CL) – Como está a decorrer o lançamento do seu mais recente trabalho, ‘Goodbye Summer’?

Melyah – Muito bem, tenho tido um feedback bastante positivo e até contactos para colaborações, tanto para fazer música, como para vídeo e fotografia. Em média as pessoas ouvem cinco vezes a música e estamos ainda nos primeiros dias de lançamento, o que me deixa muito grata porque significa que quem ouve, quer repetir a experiência.

CL – Como preparou a gravação e lançamento deste single?

Melyah – Gravo tudo em casa, prefiro estar no meu ambiente, mas também acabei por gravar parte em Los Angeles, em Melrose, num estúdio. Escrevi a letra no final do Verão do ano passado e comecei a produzir a música nessa mesma semana, tendo depois colaborado com Monksmith (produtor executivo) e Trace Nova (que deu um toque mágico aos ‘beats’ e ao ‘mix’), até ser masterizada pelo Kelly Hibbert, havendo posteriormente um trabalho de imagem, em colaboração com Inês Carrilho, Clara Carvalho e Thiago Matos. Este processo todo, até ao lançamento, demorou precisamente um ano.

CL – Toca vários instrumentos? Quais? Em ‘Goodbye Summer’ toca algum deles?

Melyah – Sim, toco viola de arco e também toco um pouco de guitarra, mas acabo por tocar mais teclado nas produções, sendo que neste tema, em particular, optei pelo ‘synths’ e pelos ‘pads’ atmosféricos.

CL – Este projecto foi terminado em Los Angeles, nos EUA? Porquê?

Melyah – Fui lá passar férias, depois de gravar 20 temas, porque precisava de viajar, depois de ter estado tanto tempo em casa e porque sempre me identifiquei muito com a música e a cultura de lá. Entretanto, as pessoas começaram a ouvir as minhas ‘demos’ e algumas decidiram colaborar comigo.

CL – Foi a primeira vez que desenvolveu um projecto musical no estrangeiro?

Melyah – Sim.

“HÁ QUE APROVEITAR O MOMENTO PRESENTE”

CL – Na sua vida, é preciso que o “Verão não acabe”?

Melyah – A vida é incrível, precisamente por ter várias fases, várias estações. Há que aceitar e acreditar que há um sentido nisso e saber que o Sol nasce, até no Inverno. A chuva também é óptima para o Meio Ambiente. Se o Verão não acabasse, não tínhamos, por exemplo, dióspiros. Ahahah! Não só isso, como acredito que tudo isto seja só uma passagem. Nesta vida, que vivemos agora, sabemos que temos Verão, temos Sol, mas numa próxima não sabemos. Então, há que aproveitar o momento presente, sabendo que tudo está em constante mudança.

CL – Para quando um EP (Extended Play)?

Melyah – Esta música já é parte de um EP que vou lançar ao longo dos próximos meses, single a single. Chama-se ‘Chrysalis’ (Crisálida) e o nome veio de um sonho que tive em que tinha uma crisálida a sair da minha cabeça enquanto produzia Música, o que me incentivou a produzir vários dos temas presentes no EP.

CL – Nos dois trabalhos lançados em 2020 e agora neste cantou sempre em Inglês. É essa a sua opção artística, ou equaciona poder vir a lançar temas cantados em Português?

Melyah – É uma opção, sinto que a Música é universal e que a língua em que cantamos não importa assim tanto. Sem dúvida, que a Música que fui habituada a ouvir e as minhas maiores influências, maioritariamente americanas, tiveram impacto nesta opção.

CL – Quando entrou no concurso ‘Ídolos’, em 2009, que experiência retirou dessa participação? Foi referida como ‘A Menina Doce do Ídolos’. A que atribui essa designação?

Melyah – Doce, talvez pelo diminutivo, Mel, mas também muita gente utiliza esse adjectivo para descrever a minha voz. Acho que são uns queridos.

CL – Chamaram-lhe também a Mariah Carey Portuguesa. O que pensa disso?

Melyah – Considero um exagero, a Mariah Carey tem uma das melhores vozes do Mundo e é uma influência para tantas pessoas, inclusive para mim. Talvez por ter aprendido tanto a ouvi-la cantar, haja alguma tonalidade semelhante, mas acho que não é comparável, porque primeiro a Mariah Carey é incomparável e depois cada artista tem o seu DNA, as suas experiências e influências, que tornam a sua identidade única.

CL – O que a levou a mudar de nome artístico?

Melyah – Grande parte dos artistas assumem um nome diferente do de nascença. Recentemente, optei por este pseudónimo, porque até agora tinha sempre usado o meu nome original, ou o diminutivo, e precisava de algo diferente para lançar o meu projecto a solo, mas continuo a ser eu. Melyah é só um nome.

CL – O que a fez optar por uma carreira artística na Música? Tem algum elemento na família que a tenha influenciado nesse domínio? 

Melyah – A minha mãe cantava maravilhosamente. Foi até convidada para gravar álbuns, embora nunca tivesse aceitado, preferindo cantar apenas para eventos de solidariedade. Não tenho dúvidas de que a Música que faço é algo que devo à minha mãe e à minha família, pelo facto de me terem incentivado e apoiado nesta jornada.

CL – Quais os seus músicos e cantores de referência, em Portugal e no estrangeiro?

Melyah – Tenho muitas influências dos R&B dos anos 90, como Mariah Carey, Whitney Houston e Lauryn Hill, mas também mais contemporâneos, como The Weeknd, Drake, Snoh Aalegra, Billie Eilish, Post Malone, Giveon, SZA… Na verdade, são tantos que não dá para mencionar todos. No cenário nacional, aprendi muito com o Agir, que creio ser um dos melhores ‘songwriters’ do País.

Autor: Luís Curado

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