Em entrevista ao Correio da Linha, o atual Presidente da Câmara Municipal da Amadora (CMA), Vítor Ferreira, que assumiu o cargo após a eleição da anterior Presidente, Carla Tavares, como eurodeputada, partilha a sua visão para o futuro do concelho. Com uma trajetória marcada pela dedicação à cidade, Vítor Ferreira discute os principais desafios que enfrenta nesta nova função, incluindo a continuidade de projetos essenciais, como a reabilitação urbana, a expansão da rede de videoproteção, e o reforço das infraestruturas de saúde e mobilidade. O Presidente destaca ainda o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável da Amadora e sublinha a importância das parcerias estratégicas e do envolvimento da comunidade para garantir o crescimento económico e social do município.
O Correio da Linha (CL) – Qual é a sua ligação à cidade de Amadora?
Vítor Ferreira (VF) – Eu nasci e cresci aqui. O meu pai veio para esta cidade ainda muito jovem e depois de conhecer a minha mãe convidou-a para vir para a Amadora, uma vez que já estava estabelecido aqui há alguns anos e possuía um estabelecimento comercial – que manteve até 1996. A minha mãe veio para cá em 1970, viveram um ano juntos, casaram-se e eu nasci em 1972. Ainda temos essa casa. Embora já não viva lá, é um lugar que vou preservar sempre, pois tem um enorme valor sentimental para mim. Foi ali que nasci, efetivamente. Na época, a minha mãe não teve tempo para ir até à maternidade Alfredo da Costa, então acabei por nascer em casa. No prédio em frente ao nosso, morava uma parteira e, como acontecia muitas vezes naquela época, foi ela quem veio a nossa casa ajudar no parto.
Além disso, Álvaro Cunhal, líder histórico do Partido Comunista Português, usava três casas na Amadora como refúgio, e recentemente descobri que uma delas era justamente no último andar do prédio onde nasci.
Só saí do Bairro Janeiro com 30 e poucos anos para ir viver com a minha companheira para os Moinhos da Funcheira, também na Amadora, onde ainda resido.
CL – Qual a sua formação?
VF – Fiz a maior parte dos estudos na cidade da amadora, exceto o ensino secundário e a faculdade. Na altura, queria seguir artes visuais, ramo composto por disciplinas essenciais para o curso de arquitetura, como geometria descritiva e desenho. Como a escola secundária da Amadora não oferecia essa componente educativa, tive que me deslocar para a Escola Secundária Padre Alberto Neto, em Queluz, que ficava a apenas cinco minutos a pé do Bairro Janeiro.
Comecei a minha formação em arquitetura na Universidade Lusíada, pois na altura não tinha média suficiente para entrar diretamente na Faculdade de Arquitetura. Fiz o primeiro e o segundo ano na Universidade Lusíada, e durante o segundo ano, soube que havia vagas destinadas a alunos de universidades privadas que tivessem as melhores notas. Concorri a uma dessas vagas e, como tinha boas notas na Lusíada, consegui transferir-me para a Faculdade de Arquitetura no terceiro ano. Concluí a licenciatura em 1998, tendo em 2009 terminado um mestrado em construção.
CL -Como iniciou o seu percurso na Câmara Municipal da Amadora?
VF – O meu percurso na autarquia começou em 1999, com um estágio profissional patrocinado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional. Na altura, esse estágio era uma oportunidade muito interessante, especialmente para recém-licenciados, porque oferecia um salário equivalente a dois ordenados mínimos, o que era uma mais-valia significativa para quem estava a começar a carreira. No meu caso, fui contratado como técnico superior, especificamente como arquiteto, para um estágio de um ano.
Durante esse período, tive a oportunidade de realizar trabalhos muito interessantes, dos quais gostei bastante. Tive a sorte de trabalhar diretamente com o diretor do departamento do urbanismo da época. Ele fez questão de ser o responsável pela formação dos três estagiários, nos quais eu me incluía. Era o próprio diretor que nos atribuía o trabalho, revia o que fazíamos e nos dava orientações sobre como melhorar ou seguir em frente. Ele foi o nosso tutor durante todo o estágio, e essa experiência foi extremamente enriquecedora para o meu desenvolvimento profissional.
CL – Findo o estágio para onde se encaminhou profissionalmente?
VF – Fui para uma empresa de construção em Alverca, fazendo diariamente uma viagem de meia hora desde o Bairro Janeiro. Apesar de ser uma oportunidade de trabalho, essa rotina tornou-se bastante penosa devido ao desgaste do carro, ao custo do combustível e ao facto de o salário ser inferior ao que recebia na autarquia.
Cerca de um ano depois de estar nessa empresa, surgiu um concurso para arquiteto na CMA. Decidi concorrer, apresentando o certificado de habilitações e a experiência adquirida durante o estágio. O diretor do departamento do urbanismo que me havia orientado durante o estágio, fazia parte do júri e conhecia bem o meu trabalho. Graças à boa avaliação obtida, fui selecionado e regressei à Câmara Municipal no dia 3 de dezembro de 2001.
De 2001 até 2011, desenvolvi a minha carreira técnica superior no Departamento de Administração Urbanística. Em 2011, o então Presidente da Câmara, Joaquim Raposo, convidou-me para chefiar uma divisão, um desafio que aceitei e no qual permaneci até 2017. No verão desse ano, a Presidente da Câmara, Carla Tavares, convidou-me para integrar o seu executivo, candidatando-me como vereador para o mandato de 2017-2021. Sem hesitar, aceitei, reconhecendo que seria uma oportunidade interessante e, embora o papel de vereador fosse bastante diferente das minhas funções anteriores, encarei-o como um desafio, ciente de que podia não ser eleito.
No primeiro mandato, fiquei responsável pelas áreas de urbanismo, habitação, obras municipais, espaços verdes e iluminação pública. No segundo mandato, continuei com as mesmas áreas, assumindo também a responsabilidade pelo planeamento urbanístico, área de que a presidente abdicou. Além disso, fui convidado a assumir a função de Vice-Presidente da Câmara, tornando-me o número 2 da lista.
CL – Como é assumir o papel de Presidente da CMA, a um ano das eleições autárquicas?
VF – Dado que a anterior Presidente, Carla Tavares, já não se poderia recandidatar nas próximas eleições, a ideia era que eu desse continuidade ao trabalho desenvolvido e que fosse o candidato nas eleições de 2025. No entanto, surgiu a oportunidade de ela se candidatar às eleições europeias, desafio que aceitou, acabando por ser eleita para o Parlamento Europeu. Com isso, assumi o cargo de Presidente do município a um ano das eleições autárquicas o que representa uma grande prova para mim próprio em muitos aspetos. Este é um teste fundamental para avaliar se tudo corre bem, tanto em termos de liderança como no cumprimento dos objetivos estabelecidos. Apesar de ter assumido o cargo há pouco mais de 2 meses, sinto que a equipa está coesa. Temos uma excelente equipa de vereadores, muitos dos quais já eram meus colegas antes desta transição, e o trabalho tem decorrido de forma muito positiva.
Conheço bem a casa, o território e a cidade, assim como os seus problemas. A Amadora é uma cidade complexa, com as suas particularidades, como o facto de abrigar 171 mil pessoas num espaço relativamente pequeno. Como todas as grandes cidades urbanas, enfrentamos desafios significativos, mas estou confiante de que também conhecemos bem os pontos fortes e fracos da cidade.
MEDIDAS EM DIVERSAS ÁREAS
CL – No que respeita à habitação, quais as suas prioridades até ao final do mandato?
VF – Já lançámos importantes empreitadas para a recuperação do parque habitacional, focando-nos em dois grandes bairros: o Casal da Boba e o Casal da Mira. A do Casal da Boba já está em andamento. Para o Casal da Mira estamos a falar de 760 fogos, distribuídos por 37 edifícios. O objetivo é adjudicar esta empreitada idealmente até ao final do ano, para no início de 2025 começarem os trabalhos. Este é um investimento substancial, com um valor de 14 milhões de euros, que está associado a uma candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Ainda na área da habitação, estamos a trabalhar na recuperação de sete edifícios dispersos, localizados no bairro da Brandoa, abrangendo 78 fogos. Esta iniciativa também faz parte de uma candidatura ao PRR, com um investimento de cerca de 2 milhões de euros para a reabilitação deste património. Além disso, planeamos a construção de 48 fogos de tipologia T1 no bairro do Casal da Mira, destinados a arrendamento acessível, também no âmbito do PRR.
Na questão da construção de habitação, estamos a colaborar com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) para construir 490 fogos numa área próxima da Feira da Brandoa. Este processo está quase concluído e será realizado em terrenos do Estado, geridos pela ESTAMO, a empresa pública responsável pelo património imobiliário do Estado. Estes fogos também serão destinados a arrendamento acessível.
CL – Isto não trará mais pessoas a uma área já densamente povoada?
VF – Ao construirmos mais fogos, estamos a dar respostas às necessidades habitacionais da população, mas também estamos a evitar que a falta de oferta provoque uma subida dos preços. O objetivo é equilibrar a construção com a qualidade de vida na cidade. Atualmente, a Amadora possui 14 metros quadrados de espaços verdes por habitante, o que é um rácio que muitas cidades não conseguem alcançar. Além disso, a cidade está bem servida de serviços e tem bons acessos.
Para resolver os problemas de habitação, é essencial identificar os locais onde ainda é possível construir e arranjar soluções viáveis. Esta não é apenas uma questão local; é um desafio que se estende a nível nacional e europeu. Programas nacionais e municipais de apoio à habitação para arrendamento acessível são fundamentais, e é importante diferenciar entre habitação pública e privada. A promoção da habitação privada é da responsabilidade do mercado, mas o município tem um papel crucial na gestão e promoção da habitação pública, garantindo que sejam encontradas soluções adequadas para as necessidades da população.
CL – Quais são os seus planos para melhorar os serviços de saúde no município?
VF – Já iniciámos a construção de um novo centro de saúde no Casal de São Brás, e o objetivo é concluir essa obra até ao final do mandato. Este novo equipamento é muito importante, pois insere-se na única área territorial da cidade que não tinha um centro de saúde em condições. Atualmente, existe apenas uma instalação improvisada, composta por três ou quatro contentores, junto à escola EB 1 Artur Martinho Simões. Com a conclusão deste projeto, iremos finalmente corrigir esta lacuna nos equipamentos de saúde do nosso território.
Além disso, estamos a trabalhar com o Governo Central para construir de raiz um novo centro de saúde para substituir o que se encontra junto aos Recreios da Amadora que, não foi devidamente planeado, pois o edifício original era destinado a habitação. Estamos neste momento a trabalhar em parceria com o Estado português para encontrar o terreno certo para esta construção. Uma vez concretizada esta obra, considero que os equipamentos de saúde no nosso território estarão adequadamente distribuídos e dimensionados para atender a população da cidade.
CL – Quais são as ações que prevê levar a cabo para melhorar a segurança na cidade?
VF – A segurança tem sido uma das nossas grandes apostas, especialmente na questão da videoproteção. Atualmente, estamos a trabalhar com o Ministério da Administração Interna (MAI) e com a Polícia de Segurança Pública (PSP) para ampliar a nossa rede de câmaras de segurança. Neste momento, temos 139 câmaras instaladas, e o objetivo é chegar às 200, que é o limite permitido. Já solicitei uma reunião com a Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, para setembro, para discutir vários assuntos, incluindo a expansão da videoproteção.
É de salientar que a localização das câmaras não é decidida pela Câmara Municipal, mas sim pela PSP em conjunto com o MAI. A nossa responsabilidade é realizar a obra e financiar a despesa, algo que já estava previsto desde o anterior mandato, sob a liderança da Presidente Carla Tavares e eu continuo comprometido em apoiar o Governo nesta questão. Recentemente, intervimos na zona de Alfragide, que não tinha sido abrangida na primeira fase deste projeto, no entanto, há locais identificados pela PSP que necessitam de câmaras adicionais. Estes “buracos negros” ou zonas escuras precisam de ser cobertos, e já nos encontramos a trabalhar nesse sentido. Estamos a desenvolver o projeto de execução, que envolve tecnologia de última geração e é bastante complexo. Embora tenhamos verba alocada e o projeto em andamento, não acredito que seja possível concluir toda a instalação até ao final do mandato. Isto porque o processo exige validação pelo MAI, lançamento da empreitada e visto do Tribunal de Contas, o que pode demorar cerca de seis meses.
Além disto, estamos na fase final de elaboração dos projetos para a requalificação das esquadras da Mina e da Reboleira. A esquadra da Mina já tem o projeto totalmente validado pelo MAI, e o estudo prévio da Reboleira também está fechado. Recordo que esta nunca teve qualquer investimento do ponto de vista do edificado. Estamos agora a preparar o projeto de execução e esperamos lançar o protocolo com a Ministra o mais brevemente possível. A intenção é que estas intervenções nas esquadras se iniciem ainda antes do final do mandato.
CL – Como planeia melhorar a mobilidade na cidade, especialmente com a possibilidade da ligação através do metro de Algés até à Amadora?
VF – Temos trabalhado numa iniciativa que já está em discussão há muitos anos, ligada ao Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) da área metropolitana de Lisboa. Este plano, que remonta a 2001 ou 2002, previa a ligação de Algés até ao concelho de Loures, passando pelo centro da cidade da Amadora. A minha grande ambição é concretizar a ligação direta entre Algés e a Reboleira. Esta seria a primeira fase, e ficaria muito satisfeito se conseguíssemos ligar o metropolitano através da estação da Reboleira a um metro de superfície ou outra solução semelhante, que ofereça custos mais vantajosos do que o metro subterrâneo.
O grande objetivo é conectar a linha de Sintra à linha de Cascais, uma ligação que atualmente não existe e que representaria uma mais-valia significativa para a mobilidade na área metropolitana norte, beneficiando não apenas os concelhos de Oeiras e Amadora, mas também a população de Cascais e Sintra. Estamos a trabalhar nisso em conjunto com os Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) e o município de Oeiras, que já tem alguns estudos realizados, tal como nós.
Além disso, o serviço de transporte público melhorou significativamente com a criação da Carris Metropolitana, que unificou o sistema de transporte em toda a área metropolitana de Lisboa. Este foi um passo gigante, e muito se deve ao trabalho da anterior Presidente Carla Tavares, enquanto líder da área metropolitana de Lisboa. Ela conseguiu reunir 18 municípios, de diferentes orientações políticas, em torno de um objetivo comum: resolver o problema do transporte público na área metropolitana. Como resultado, conseguiu criar-se um sistema de transporte público unificado, que vai de Mafra até Setúbal, melhorando significativamente a mobilidade para todos os habitantes da área metropolitana.
Anteriormente, existiam cerca de 9 mil títulos de transporte diferentes na área metropolitana, com várias operadoras a funcionar de forma independente. Hoje, todos esses operadores trabalham sob a bandeira da Carris Metropolitana, com um passe único de 40 euros.
CL – Um corpo de bombeiros é suficiente para atender a todas as emergências da cidade?
VF – Não só é suficiente como, muitas vezes, especialmente no verão, quando são chamados para intervenções fora do concelho, os bombeiros têm disponibilidade para responder de forma eficaz. Isto porque a Amadora é um território pequeno.
Considero que o que é necessário é criar um novo quartel de bombeiros que integre também a Proteção Civil Municipal, de forma autónoma, em edifícios distintos. Já identificámos o terreno para essa nova instalação, e estamos a elaborar os estudos para o novo quartel. Carla Tavares já havia discutido esta necessidade com o presidente dos bombeiros, o comandante, e todo o grupo da administração. É fundamental criar condições para um quartel digno, localizado fora do centro da cidade, onde o atual quartel muitas vezes enfrenta restrições, como dificuldades de socorro devido ao trânsito naquela zona.
CL – Como está a cultura na cidade da Amadora?
VF – A cultura tem um papel fundamental na nossa cidade, e recentemente isso ficou ilustrado com as diversas iniciativas promovidas no âmbito da comemoração do 45º aniversário da Cidade da Amadora. A programação cultural foi bastante diversificada, com espetáculos de artistas como Carlão, Rodrigo Leão, Quorum Ballet, e Cara de Espelho. Além disso, realizámos iniciativas envolvendo os ranchos folclóricos e outras expressões culturais, tanto eruditas quanto tradicionais. A Amadora é uma cidade de diversidade, composta por alentejanos, beirões, minhotos, transmontanos e muitas outras culturas, e quisemos garantir que todas essas influências estivessem representadas nas celebrações e na vida cultural da cidade.
No concerne à arte urbana, temos dado continuidade à pintura de murais no âmbito do projeto “Conversas na Rua”, que já vai na sua décima edição. Este projeto tem trazido artistas de renome, como Odeith, e muitas intervenções artísticas têm sido realizadas pela cidade. O mapa da arte urbana da Amadora, criado através deste projeto, tem atraído muitas visitas ao concelho, de pessoas de outros municípios e regiões, que vêm conhecer estas obras fantásticas.
CL – Qual o apoio concedido ao movimento associativo?
VF – Temos um Programa de Apoio ao Movimento Associativo, destinando cerca de 1 milhão de euros anualmente para este fim. O nosso compromisso é continuar a apoiar o associativismo, seja ele recreativo, desportivo, educativo ou social. O movimento associativo é um dos maiores trunfos da Amadora, com instituições de grande importância, como a AFID, a Santa Casa da Misericórdia da Amadora, a Amorama, e a Cerciama. Estes são exemplos de atores vivos que fazem a diferença no nosso território, e continuaremos a dar-lhes o apoio necessário para que possam desenvolver o seu trabalho.
CL – Quais são os objetivos para o Orçamento Participativo de 2025?
VF- Este ano, o Orçamento Participativo (OP) foi lançado sob o tema “Ao Espaço Público”. No passado, não tínhamos Orçamentos Participativos temáticos, o que gerou algumas dificuldades. Por isso, decidimos adotar esta uma abordagem, definindo as áreas que queremos ver refletidas no OP.
O objetivo do Orçamento Participativo é apoiar projetos de âmbito local. Estas iniciativas podem incluir a criação de um parque infantil, a construção de um espaço verde, uma área desportiva, ou um parque canino, por exemplo. O OP é pensado para a população, permitindo que qualquer cidadão apresente uma proposta, que depois é submetida à votação de todos.
Para incentivar a participação, disponibilizamos flyers que podem ser descarregados e personalizados, de forma a que cada pessoa possa divulgar a sua proposta entre amigos e vizinhos, apelando ao voto. O principal objetivo do OP é envolver os cidadãos na decisão sobre os investimentos municipais, garantindo que as suas necessidades e desejos sejam atendidos.
CL – Também têm na cidade um importante tecido empresarial…
VF – Sim, e a proximidade entre esse tecido e a autarquia é essencial para o desenvolvimento do concelho. Por exemplo, na zona da Falagueira, temos um cluster farmacêutico com empresas de destaque como a Medinfar e a Generis, além de outras que operam na área de análises farmacêuticas. Ao longo da Estrada Nacional 117, destacamos um conjunto de empresas que atuam na área da tecnologia, como a Siemens e a Nokia. O Alfrapark, um importante centro de escritórios, também alberga grandes empresas e está em plena expansão. Recentemente, fomos informados de que uma nova empresa na área da inteligência artificial se vai instalar lá, criando cerca de 100 novos postos de trabalho. Dada a procura crescente, o Alfrapark já manifestou interesse em construir mais dois edifícios, para os quais já iniciaram conversações connosco.
O nosso papel é ouvir as empresas, compreender os desafios que enfrentam na cidade e envolvê-las nas decisões estratégicas para moldar o futuro da Amadora. Estas colaborações permitirão que a cidade continue a crescer de forma sustentável, respondendo às necessidades económicas e sociais da população.
CL – Que mensagem gostaria de deixar aos amadorenses?
VF – Acredito que vivemos numa cidade única, apaixonante e desafiante. É com muito orgulho e prazer que enfrento o desafio de liderar os destinos da Amadora. Embora seja uma cidade jovem, com apenas 45 anos de história, o seu potencial é enorme. Quero que saibam que podem sempre contar comigo para servir a população. Todos os dias, me levanto com o propósito de servir a causa pública, algo que tenho feito ao longo de muitos anos, seja agora como presidente, seja anteriormente como dirigente ou técnico desta casa.
NOTA: Artigo escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Boa entrevista.
Temos um grande presidente.
Amadora no bom caminho.