Luís Lopes: “A Federação Portuguesa de Folclore é demasiado rígida”

O Grupo Etnográfico Sete Castelos (GESC), sediado na Freguesia de São Domingos de Rana, é um dos poucos grupos identificados no concelho de Cascais por dar a conhecer as danças folclóricas às gerações mais novas, preservando as tradições e cultura ligadas a um passado que luta por manter vivo na nossa memória colectiva. Não é uma tarefa fácil e a resiliência com que realizam o seu trabalho merece ser realçado.

Com 48 anos de existência, o GESC foi fundado em 13 de Junho de 1976. Ao longo deste quase meio século de actividade, o rancho folclórico desta associação sem fins lucrativos tem actuado em inúmeras localidades de Norte a Sul do País e, também, no estrangeiro, nomeadamente em Espanha e França. No reportório apresentado carrega bem vivas as tradições de várias regiões do País, ilustradas nos trajes, nas músicas e nas danças executadas.   

O principal evento promovido pelo Grupo é a sua Festa Anual, durante a qual decorre um Festival de Folclore com grupos convidados oriundos de outras zonas. A edição deste ano, realizada entre 28 e 30 de Junho, contou com a presença dos ranchos folclóricos da Murgeira (Mafra), do Bairro da Fraternidade (Loures), Mondadeiras do Algueirão (Sintra) e do próprio Grupo Etnográfico Sete Castelos.

Em Julho de 2016, o GESC recebeu como prenda do seu 40.º aniversário uma nova sede, localizada junto à Igreja de São Domingos de Rana. “Recebemos esta prenda com muita alegria e muito orgulho. Foi uma satisfação enorme para todos nós e para os amigos que nos acompanham”, referiu, na altura, a então presidente do Grupo, Júlia Miguel. O recinto exterior foi, mais recentemente, requalificado com um mural alusivo ao Folclore Português.

Além das aguerridas actuações dos quatro ranchos folclóricos já citados, a Festa, organizada com os apoios da Câmara Municipal de Cascais (CMC) e da Junta de Freguesia de São Domingos de Rana (JFSDR), foi ainda preenchida com muita música, comes e bebes e um torneio de sueca. Estivemos à conversa com o Presidente do GESC, Luís Lopes, sobre os eventos organizados pelo Grupo. Oportunidade ainda para falar sobre o futuro da colectividade.

“REPRESENTAMOS NOVE REGIÕES DO PAÍS”

Jornal ‘O Correio da Linha’ (CL) – Quando e como chegou à presidência do GESC? 

Luís Lopes (LL) – Antes de ser presidente, eu já era vice-presidente. Quando a nossa presidente, a minha mãe, Júlia Miguel, faleceu, vítima de um enfarte, em Abril de 2022, eu assumi o cargo. Ela esteve à frente desta casa durante 17 anos. Depois da sua morte, tivemos eleições, foi apresentada uma lista única presidida por mim e fui eleito. Na verdade, para ajudar a minha mãe, eu já fazia muito o trabalho de presidente.   

CL – O Grupo ocupou as actuais instalações em 2016.

LL – Sim. Nós estávamos instalados do outro lado da estrada. Não tínhamos sede física, mas já fazíamos ali o nosso Festival de Folclore. Depois de um processo algo complicado, que chegou a dar entrada em tribunal, foi-nos permitido instalar a nossa sede deste lado da estrada, nas traseiras da Igreja de São Domingos de Rana. A CMC acabou por assumir a posse do terreno que agora ocupamos, sendo que a nossa sede foi construída com pavilhões feitos a partir de contentores marítimos cortados ao meio, que estavam numa escola em Cascais, que foram cedidos pela Autarquia.

CL – O espaço destas instalações parece limitado. Como é que conseguem fazer aqui os ensaios do rancho? 

LL – São três/quatro pares e pronto, os outros ficam encostados junto às laterais da sala. Depois, trocamos e ensaiam outros três/quatro pares. Tem de ser assim…

CL – A criação do vosso grupo teve como objectivos dar a conhecer o Folclore, recuperar um bocado as tradições…

LL – Isto começou com uma senhora que, em 1976, agarrou nos jovens aqui do bairro e os ensaiou. Faziam umas dancinhas saloias. Mais tarde, em 1986, fez-se um apanhado de Folclore nacional. Actualmente, representamos nove regiões do País.

CL – Quais são as regiões representadas no vosso reportório?

LL – O Rancho presta homenagem à cultura e etnografia populares envergando trajes representativos das regiões do Minho, Douro, Madeira, Açores, Estremadura (Tejo/Sado), Ribatejo, Alto Alentejo, Algarve e Nazaré, que, não sendo uma região, tem um folclore muito típico.

Foto: Paulo Rodrigues

CL – Como é que escolheram estas nove regiões? Por alguma relação afectiva dos elementos do rancho com as regiões seleccionadas?

LL – Não só, mas também. Nessa altura, havia muitos elementos nossos que dançavam em casas de fado em Lisboa, que tinham a vertente de mostrar aos turistas os nossos ranchos, particularmente daquelas regiões com um Folclore mais característico, mais vistoso. As primeiras regiões escolhidas foram o Minho, o Ribatejo, o Algarve e a Nazaré.

CL – Quantos elementos tem o rancho do GESC?

LL – Neste momento, temos 43 elementos.

CL – Dentro de que idades?

LL – O dançarino mais novo tem cinco anos e o mais velho tem 70 e tais.

CL – São todos do Bairro dos Sete Castelos? Ou também há pessoas de fora?

LL – As pessoas que estão há mais tempo no Grupo eram todas aqui do bairro. Entretanto, algumas dessas pessoas casaram e foram morar para outros sítios, aqui à volta na freguesia, a maioria manteve-se no concelho. Só temos dois casais que moram na região de Sintra.

Muitos de nós somos aqui do bairro, crescemos aqui ao pé. Muitos já não moram cá, mas a nossa infância foi passada aqui. Temos aqui as nossas referências, foi aqui que construímos a nossa identidade com o bairro.

CL – De que profissões?

LL – Temos de tudo: uma cuidadora de idosos que trabalha num lar, professores, engenheiros, eu faço gestão de autoestradas na Brisa, outro elemento é vigilante numa escola, existem também educadores de infância, trabalhadores de escritório, operadores de loja em supermercado, trabalhadores da TAP, muitas pessoas trabalham no Colégio Marista de Carcavelos… é muito variado.

FESTA ANUAL E FESTIVAL DE FOLCLORE

CL – O principal evento que organizam é a Festa Anual.

LL – Sim. Pelo que eu sei, é o único do concelho. Há outros ranchos, mas, que eu me aperceba, não organizam um festival. Chamaram-se já Festas Populares do Bairro, agora é a Festa Anual. E queremos mudar para Arraial, que ainda é mais característico. Nós não temos instalações para realizar eventos interiores, têm de ser sempre eventos exteriores, que exigem logística de luzes, palcos, licenças…

CL – Como é que correu a Festa Anual de 2024, organizada no fim-de-semana de 28 a 30 Junho, com a realização do Festival de Folclore, um encontro anual de Ranchos Folclóricos? 

LL – Sexta-feira choveu bastante, mas tivemos muita gente a assistir durante a noite. Ao longo destes 48 anos de existência, já passaram centenas de pessoas pelo rancho, muitas costumam visitar-nos durante a nossa Festa Anual e trazem a família com elas. Vêm ver-nos e jantam aqui no recinto das Festas, comem umas bifanas e umas sardinhas e divertem-se. 

CL – Um balanço destas Festas Populares do Bairro dos Sete Castelos?

LL – Apesar de tudo, correram bem. Tivemos um percalço, porque nós fazemos as Festas sempre no último fim-de-semana de Junho e os escuteiros, aqui ao lado, costumam organizar a festa deles no fim-de-semana anterior. Só que este ano, talvez por falta de comunicação, não sei, decidiram fazer a festa deles no mesmo fim-de-semana que nós. A realização das duas festas em simultâneo não foi bom para nós nem para eles. Ficámos a perder de um lado e do outro. Vamos ter de comunicar melhor para evitar este tipo de situação no futuro, que não beneficia ninguém. 

CL – Quantas pessoas estiveram aqui nos três dias da Festa?

LL – Umas 150 pessoas a ver os ranchos e a consumir. Os próprios elementos dos ranchos participantes ficam a ver-se uns aos outros. 

CL – Quais foram os ranchos que participaram no Festival de Folclore?

LL – Este ano, como tive alguma dificuldade com os transportes, e os transportes estão muito caros, fiz o Festival com ranchos aqui das zonas mais próximas. Normalmente, costumo convidar um rancho de longe, outro de meia distância e um aqui da zona. Este ano, fiz o Festival com três ranchos mais próximos. O grupo que veio de mais longe foi de Mafra, o Rancho Folclórico da Murgeira. Depois, vieram outros dois ranchos, um de Loures (Rancho Folclórico do Bairro da Fraternidade, de São João da Talha) e outro de Sintra (Rancho Folclórico e Etnográfico As Mondadeiras do Algueirão). 

CL – Quantos dançarinos actuaram no conjunto dos quatro ranchos participantes na edição deste ano da Festa?

LL – Mais de centena e meia.

CL – Dificuldades com a realização do Festival de Folclore?

LL – Nós, para fazermos o nosso Festival de Folclore, temos de pagar à Sociedade Portuguesa de Autores 80 euros para ter aqui um conjunto a cantar temas do Quim Barreiros e da Rosinha, mas para podermos tocar o ‘Malhão Malhão’ pagamos 160 euros. Ou seja, para fazer um festival de Folclore, pagamos o dobro. Eu vou tocar músicas de pessoas que já morreram e que não se sabe quem foram e pago 160 euros, enquanto pago 80 euros para cantar músicas de pessoas que estão vivas e que se sabe quem são. Aquilo é do ‘Cancioneiro Nacional’… são músicas que são do povo e de toda a gente. Não digo que fosse de graça, mas pagar o dobro não faz sentido. 

Foto: Paulo Rodrigues

CL – Este ano, tiveram um Torneio de Sueca.

LL – Nós costumávamos organizar um Torneio de Chinquilho, mas, a partir de 2016, este terreno, que era de terra batida, foi alcatroado e acabámos por ter menos condições para o fazer. Além disso, havia cada vez menos participantes, por isso, este ano, optámos por realizar um Torneio de Sueca.    

CL – Quais são os próximos eventos que pretendem realizar?

LL – Em Setembro, estamos a pensar promover um torneio de sueca, só para animar. Se estiver bom tempo, instalamos umas mesas no exterior para realizar os jogos. Se não estiver, espalham-se umas mesas dentro das instalações da sede. 

CL – Como apresentam o vosso rancho e explicam os trajes usados?

LL – Costumo apresentar os trajes no final das actuações. Como temos danças de várias regiões, eu falo sobre cada uma delas e dou umas explicações sobre os trajes que vestimos. Costumamos apresentar um ou dois temas de cada região e eu acabo por falar bastante com o público, para explicar as maneiras de dançar de cada zona, as suas diferentes especificidades. Em média, as nossas actuações demoraram 40/45 minutos. Quando nos pedem menos tempo de actuação, cortamos uma região ou outra e eu falo menos, mais abreviadamente. Quando actuamos em hotéis, eu falo inglês, francês e espanhol.

CL – Actuam muito em hotéis?

LL – Nos anos 1980, havia aqui na região muitos hotéis que queriam animação. Nessa altura, isto era um negócio. Praticamente todos os dias, depois do jantar, havia actuações em qualquer lado. O dinheiro era tanto que as actuações chegaram a ser pagas às pessoas. Era tipo um passatempo que era pago. Isso gerou muitos conflitos e o rancho acabou por dividir-se em dois. Os mais gananciosos continuaram a fazer esse negócio e essa vertente dos hotéis e nós ficámos com a vertente mais lúdica, mais desinteressada. Mais tarde, os hotéis foram perdendo o hábito de ter este tipo de animação, de fazer um arraial para os turistas durante o Verão. Desde a COVID-19 isso acabou quase por completo. 

CL – Como lidaram com o período mais grave da COVID-19? Tiveram de interromper a actividade? Fizeram alguma coisa online, através das redes sociais?

LL – Não, nada disso, tivemos mesmo de fechar completamente durante dois anos. Nem fizemos o nosso Festival de Folclore.  

CL – Perderam elementos durante esse período?

LL – Quando as coisas acalmaram, regressaram mais ou menos todas as pessoas. Contudo, como o ser humano é um animal de hábitos, tinham-se desabituado. Entretanto, a minha mãe, que era a presidente, faleceu e isso provocou que as pessoas se unissem. Foi isso que ajudou muito a recuperar essa união do rancho e a retomar a nossa actividade.

DAR A CONHECER O FOLCLORE ÀS NOVAS GERAÇÕES

CL – Têm algum tipo de parceria e/ou colaboração com as escolas do concelho no sentido de dar a conhecer o Folclore às novas gerações e poder captar novos elementos para o grupo?

LL – Não, mas ainda recentemente fomos à festa de final de ano da Escola Básica da Alapraia, fomos convidados e estivemos lá a actuar para as crianças. Gostávamos de fazer colaborações com as escolas e com lares. Às vezes, também nos pedem para participar em programas de televisão, só que pedem para irmos durante os dias de semana, quando estamos a trabalhar… Todos nós temos profissões e não podemos ir durante os horários de trabalho, não dá. Isto não é a nossa profissão, isto é um passatempo que nós temos nos nossos tempos livres. 

CL – Quantas pessoas é que são necessárias para levar o rancho folclórico a actuar em qualquer lado?

LL – No mínimo, 16 pessoas.   

CL – Que tipo de instrumentos é que têm no vosso rancho?

LL – Temos acordeão, bombo, pandeiretas, ferrinhos, reco-reco e cântaro.

CL – Quem é que trata da manutenção dos trajes?

LL – Cada pessoa paga o serviço que for necessário e traz a factura. Não temos nenhum elemento específico para isso. Tínhamos a minha tia, que fez também muitos trajes, mas ela tem glaucoma, está a ficar com falta de visão, e já não recorremos tanto a ela. Por norma, ou compramos feito ou mandamos fazer.

CL – Existe dentro do vosso reportório algum tema alusivo à região de Cascais?

LL – Não. Aqui é muito fraco, é uma zona muito urbana, não há grandes raízes folclóricas.

CL – Nunca foi criado um tema especificamente vosso?

LL – Durante alguns anos, no início, ainda antes de eu entrar, chegaram a participar nas marchas populares com um tema próprio. Havia uma marcha que alguns costumavam cantar no autocarro, durante as deslocações do grupo: uma terra virada ao sol, uma coisa assim… mas isso perdeu-se no tempo.

CL – Quando é que teve início a sua relação com o Rancho?  

LL – Curiosamente, nós temos a mesma idade. O Rancho nasceu no dia de Santo António e eu nasci no dia de São João. Eu tinha 11/12 anos, quando vim a primeira vez para o Rancho. 

CL – Com que apoios conta o GESC?

LL – Temos apoios da CMC e da JFSDR. Em termos de apoio das entidades públicas, eu não tenho razão de queixa. Eles fizeram-nos esta sede. Eu nem o tapete da entrada paguei, tudo o que eu comprei e apresentei factura eles pagaram. 

Quando realizamos a nossa Festa Anual, temos também alguns comerciantes que apoiam com ofertas de produtos e ajudas monetárias. 

CL – O vosso orçamento depende apenas desses apoios?

LL – Contamos igualmente com algumas actuações que fazemos, que são pagas, mas que cada vez vão sendo menos. Digamos que ainda conseguimos gerir, com muito cuidado e poupança, as despesas decorrentes da nossa actividade.

CL – Onde tem actuado o Grupo em Portugal? Já fizeram apresentações no estrangeiro? 

LL – Temos actuado um pouco por todo o País, em festivais de Folclore, sobretudo na região Centro. No estrangeiro, fomos a França duas vezes, uma a Biarritz, uma cidade geminada com Cascais situada no Sudoeste do país, junto à fronteira com Espanha, e outra a Romilly-sur-Seine, próximo de Paris. Também já dançámos em Mérida, na província espanhola de Badajoz.  

CL – Além do Folclore, que outras actividades desenvolve o GESC?

LL – É só o Folclore, tirando o Torneio de Chinquilho, no passado, e o Torneio de Sueca, actualmente. Ainda houve uma tentativa para iniciar aulas de Ballet, mas o espaço exíguo disponível na nossa sede não permitiu que isso fosse possível. 

CL – Há cada vez menos grupos de Folclore? O Folclore está em crise?

LL – Está. A COVID deu a machadada final em muitos grupos que já estavam meio moribundos. Já existiram 13 ranchos no concelho de Cascais. Agora, se calhar, não chegamos a metade desse número.

CL – E tenderá a desaparecer, a perder-se essa herança cultural?

LL – Isso acho que não, porque eu noto que a Juventude está com uma atitude um pouco diferente, parece-me que os jovens são capazes de prosseguir. Por exemplo, em Mafra já existem mais de 15 ranchos.   

CL – Na sua opinião, qual é a principal dificuldade para manter os grupos vivos, em actividade?

LL – O problema está sempre nos homens. Ainda vamos tendo malta nova, mas os homens, por vergonha, vão acabando por desistir. Os homens costumam criticar-se muito uns aos outros por estarem neste tipo de danças. 

Nós temos aqui muitos núcleos familiares. Os filhos andam aqui até aos 10, 11, 12, 13 anos, mas quando chegam aos 14 anos já têm vergonha que os amigos os vejam a dançar aqui e deixam de aparecer. Se bem que hoje em dia a mentalidade dos jovens está a mudar um bocado.

“ATÉ DÁ VONTADE DE DESISTIR DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FOLCLORE”

CL – O que acha que pode ajudar a promover o Folclore?

LL – Eu acho que a Federação Portuguesa de Folclore é demasiado rígida. 

CL – Como assim?

LL – Nós não somos federados, porque, como representamos várias regiões, não temos uma região fixa. Por exemplo, eu não posso ir dançar a um festival de um rancho federado e eles não podem vir actuar a um festival nosso. Não se compreende este tipo de limitações. 

CL – Portanto, na sua opinião, isso não devia ser uma imposição?

LL – Não sei onde é que esses senhores tiraram estas conclusões e regras que nos impõem. Até dá vontade de desistir da Federação. Já tive um caso com uma pessoa da Federação que veio aqui dizer que as saias dos nossos trajes eram muito curtas.  E nós baixámos as bainhas. Passado uns tempos, fizeram outra vistoria e disseram que as saias eram muito compridas. Ninguém entende.

CL – Assim é complicado…

LL – E nós tentamos, ao máximo, ter todos os cuidados para sermos o mais profissional e tradicional possíveis. Não ir para cima do palco com telemóveis, esconder e/ou disfarçar as tatuagens, procurar que as senhoras não actuem com as unhas pintadas com cores berrantes…

CL – O que é que significa o Folclore na sua vida?

LL – Para mim, é uma segunda casa. Eu passo aqui bastante tempo. Somos uma família. 

CL – Na sua opinião, qual é a importância do Folclore na preservação da Cultura portuguesa de outros tempos?

LL – É manter as tradições, os usos e os costumes. Nós fizemos um trabalho de investigação do porquê de os trajes serem assim, do porquê das danças serem assim. 

CL – O que é que está previsto, em termos de actuações do rancho, até ao final do ano?

LL – Vamos actuar na Feira do Artesanato do Estoril, vamos ao Algueirão e vamos a Mafra.

CL – Em 2019, o GESC apresentou #MakeFolcloreLiveAgain, um dos projectos vencedores de Up 2 YOUth, um programa de financiamento promovido pelo FatorC, com o apoio da JFSDR. O que representou este projecto? 

LL – Foi um projecto criado por duas jovens do grupo. Eu fui o mentor do projecto. Pretendia-se tornar o Folclore Português apelativo à população mais jovem, fundindo-o com elementos contemporâneos, através da produção de um vídeo realizado em vários locais do concelho de Cascais. Gravámos imagens com elementos do grupo a dançar. Contámos com o apoio da CMC e da JFSDR. Produzimos um vídeo para dar a conhecer o folclore das várias regiões que representamos para oferecer aos amigos. Esse trabalho foi também distribuído às escolas primárias. Foi uma forma de divulgarmos o nosso trabalho e dar a conhecer as danças folclóricas às gerações mais novas.

CL – Um desejo por realizar à frente do GESC?

LL – Era ter um espaço como este, mas sem paredes, amplo, onde pudéssemos realizar mais eventos, e não só relacionados com o Folclore, que nos permitissem obter receitas para podermos manter a nossa actividade.

Autor: Luís Curado

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