Nascido em Moçambique, residindo atualmente na freguesia de Carnaxide, o tenor Carlos Guilherme Rebelo Nunes, de 79 anos, tem um percurso de vida marcado por desafios e vitórias tanto na sua carreira musical como na sua vida pessoal. O seu repertório inclui 51 papéis principais em 91 óperas, sendo de realçar a sua assídua colaboração com o Círculo Portuense de Ópera e com a Fundação Calouste Gulbenkian. Além das principais orquestras portuguesas, colaborou com a Orquestra de Câmara de Pádua, do Comunal de Bolonha, com a Filarmónica de Moscovo e Sinfónicas de Budapeste, de São Francisco, de Israel, de Pequim e de Shangai. Em 1984, recebeu o prémio Tomas Alcaide, tendo também, ao longo da sua carreira, sido distinguido com 4 prémios Nova Gente.
Em conversa com O Correio da Linha, o artista partilhou detalhes da sua jornada, desde a sua infância em Lourenço Marques até à sua consagração no Teatro Nacional de São Carlos.
O Correio da Linha (CL) – Como foi a sua infância?
Carlos Guilherme (CG) – Nasci em Lourenço Marques – atual Maputo – e vivi lá até aos meus 10 anos, quando acabei a 4.ª classe. Nessa altura a minha irmã quis vir para a Universidade de Coimbra, e a minha família mudou-se para Portugal. Estivemos 1 ano em Coimbra, mas como ela não gostou do ambiente, rumámos a Lisboa. O meu pai conseguiu uma comissão de serviço no Ministério do Ultramar e ficámos em Portugal mais 3 anos até ela acabar o curso. Então, regressámos a Moçambique. O meu pai foi colocado na cidade da Beira, onde comecei a desenvolver o meu talento musical. Participei num concurso chamado À Procura de uma voz que, depois de várias fases eliminatórias, acabei por vencer. Isto tornou-me bastante popular na cidade. Estivemos na Beira 3 anos, e aí completei o ensino secundário. Entretanto o meu pai foi transferido para Lourenço Marques.
CL – E quais foram os seus estudos?
CG – Estávamos no início de 1963 quando o meu pai me perguntou o que é que eu queria fazer. Disse-lhe que queria ir estudar canto para Milão. Ele achou isso muito difícil e sugeriu-me que fizesse um curso na África do Sul – dado que a primeira universidade em Moçambique só surgiria no final de 1963 com o Professor José Veiga Simão. Fui então estudar Engenharia Eletrotécnica para a Universidade de Witwatersrand, uma universidade particular inglesa na qual o apartheid não se fazia sentir, não havendo, portanto, separações raciais. Ao fim de um ano, em cinco cadeiras do curso, passei a duas.
Durante as férias escolares fui a Lourenço Marques e como os anos letivos não coincidiam, quando lá cheguei encontrei-me com antigos colegas da Beira, todos juntos numa residência universitária. Fiquei sem vontade de regressar à África do Sul, aquela era a minha malta. Lembro-me de um dia termos feito uma serenata às raparigas do colégio de freiras. Fomos lá cantar acompanhados ao bandolim por um dos chefes da secretaria da recém-fundada universidade. Fomos corridos pela polícia de choque…não fomos maltratados, disseram-nos apenas que havia guerra no Norte e que não eram permitidos ajuntamentos. Pediram-nos para irmos até ao café Princesa e dispersar a partir daí. O professor Veiga Simão veio a saber disto, até porque o chefe de secretaria dele, como referi, estava a acompanhar-nos ao bandolim, e pediu para me receber. Quis saber o que é que eu estava a fazer na África do Sul. Respondi-lhe: “Estou a chumbar”, ao que ele me perguntou “E porque é que não vem chumbar para cá?”. Fiquei entusiasmado com aquilo porque era um momento histórico, fazer parte da primeira universidade de Moçambique. Foi o próprio Veiga Simão a inscrever-me. Desta feita decidi estudar Engenharia Química. Fiz o primeiro ano todo, mas aquilo não era para mim. Surgiu então um curso denominado “Curso de Preparação para Professores Adjuntos do 11.º Grupo do Ensino Técnico Profissional”. Decidi enveredar por aí. Era um bacharelato e como era composto por muitas disciplinas que eu já tinha feito nas engenharias, em 2 anos terminei-o.
CL – E a música foi deixada de lado?
CG – Não. Para além do concurso que ganhei na Beira, também aí cantei num programa semanal chamado Parada da Alegria. Mas foi em Lourenço Marques que fiz mais rádio. Integrei o elenco de cantores amadores do Rádio Clube de Moçambique (RCM), durante 10 anos. Também no RCM colaborei com a Orquestra Típica, dirigida por António Gavino, que tinha um programa quinzenal e com a Orquestra Ligeira, dirigida por Artur Fonseca, que contava com um programa de variedades semanal. Nesse âmbito tive o gosto de cantar com pessoas como a Alexandra e a Natércia Barreto. Aliás eu e a Natércia Barreto fomos eleitos rei e rainha da rádio, respetivamente, no mesmo ano, 1970, quando eu já estava na tropa. Este era um concurso por votação popular. Ganhei também 4 prémios da imprensa. Um deles foi uma taça, e os outros 3 foram óscares. Também gravei um disco, com dois temas acompanhados à guitarra. Mais tarde gravei outro, intitulado “Vinho Vinhinho”, que era um pouco mais jocoso e que era acompanhado por uma pequena banda. Foi gravado no Hotel Cardoso.
CL – Começou na música ligeira, como surge o seu interesse pelo canto lírico?
CG – Desde cedo percebi que tinha voz de tenor e tinha uma admiração enorme pelo Mário Lanza. Via os filmes todos dele e cantava a Granadamuito bem. A ópera surge na minha vida na cidade da Beira quando comprei um gira-discos e um primo me emprestou o disco Os Pescadores de Perólas. Foi então que me apaixonei pela ópera.
CL – Como referiu também cumpriu serviço militar…
CG – Sim, fui para a tropa em 1969 já casado e com uma filha. Fiz o primeiro ano em Boane, onde se localizava a Escola de Aplicação Militar. A minha especialidade era atirador. Comecei como soldado cadete, passei a aspirante e depois fui colocado como alferes no Norte do país. Ao fim de um ano nessa zona, como toda a minha tropa era africana consegui misturar os soldados com a população e gerir os seus anseios, porque tinha informadores que falavam a língua nativa local. Em Moçambique falavam-se muitas línguas o que fazia com que nem todos se entendessem. E digo “a minha tropa” pois era eu que comandava a companhia dado que o capitão, certo dia fora à metrópole e não regressara. Então, como eu era o alferes mais antigo assumi o comando. Como consegui que houvesse alguma estabilidade naquela zona que estava a tender para o lado da Frelimo, passei a capitão graduado. Foram 3 anos e meio de tropa, dois e meio dos quais em zona 100% operacional. O meu segundo filho nasceu pouco tempo anos de ser enviado para o Norte.
RUMO A PORTUGAL
CL – Em Portugal também se viviam momentos importantes. Como soube do 25 de abril de 1974?
CG – Quando terminei o serviço militar, a 2 de fevereiro de 1973, voltei a Lourenço Marques. Atribuíram-me um meio horário como professor na escola Joaquim Araújo, hoje designada Estrela Vermelha. No ano letivo seguinte, 1973/74, já estava com horário completo.
Soube do 25 de abril na escola, cheguei a casa comentei com a minha mulher, que já estava a par da situação pelas notícias que ouvira na rádio. Eu sabia que aquilo significava o fim do império colonial português. Até porque durante a tropa tinha tido acesso a muito relatórios secretos destinados aos comandantes das companhias no mato e sabia que a situação em Portugal estava complicada. Na altura correspondi-me com o meu pai por aerograma – pois estes não eram lidos pela PIDE – alertando-o para colocar algum dinheiro em Portugal, mas não lhe expliquei porquê. Ele não me respondeu, mas quando me viu pessoalmente em Lourenço Marques disse que não o faria porque aquela era a terra que lhe havia dado de comer e que não ia transferir para Portugal. No dia em que soubemos do 25 de abril, apesar do moralismo do meu pai, tive de o informar que eu e a minha família íamos abandonar o país.
CL – E assim começou um longo caminho até Portugal…
CG – Sim, decidimos primeiro tentar ir para a África do Sul, mas quando nos dirigimos ao consulado disseram-nos que apenas nos concediam autorização de residência de 6 meses e isso nem dava para arranjarmos um emprego decente. Tentámos então a Rodésia, atual Zimbabué, que nos abriu as portas. Fomos de carro até lá, eu, a minha mulher e os nossos dois filhos. Encontrámos um país extremamente civilizado, governado por Ian Smith, onde vivemos dois anos maravilhosos.
Para poder lecionar fui recebido por um júri que me apontou o facto de não ter os documentos traduzidos para inglês. Expliquei-lhes que não tinha tido tempo porque precisava de sair do país. Eles compreenderam a situação e pediram-me para explicar como ensinaria equações. Então dei-lhes uma bela aula. Eu tinha muito jeito para o ensino, sobretudo para a matemática, porque como foi sempre a disciplina em que tive mais dificuldades não queria ver o terror na cara dos meus alunos. O júri disse-me que de momento não havia vaga nas escolas e que me contactariam quando houvesse disponibilidade. Nessa altura já tinha nascido o meu terceiro filho, uma rapariga.
Assim, o meu primeiro emprego na Rodésia foi no Ministério da Saúde. Tratava das contratações, transferências, baixas médicas, férias…burocracia pura. Entretanto fui contactado pois surgira uma vaga para lecionar em Salisbury. Aceitei. Mas não deixei de cantar. Colaborei com a Companhia de Ópera de Salisbury, com a qual me estreei no canto de ópera com a apresentação do espetáculo Um Baile de Máscaras, de Giuseppe Verdi. Além disso tinha aulas de canto com Greta Muir e dava espetáculos num hotel às quartas, sábados e domingos.
CL – Como foi a sua chegada a Portugal?
CG – Quando o general Ramalho Eanes foi eleito Presidente da República, percebi que a situação em Portugal estava a acalmar. Decidimos regressar em 1976, pois na Rodésia estávamos a adiar um problema que sabíamos que ia surgir. Quando cá chegámos fiquei um ano em Estremoz, a fazer o estágio que me daria a profissionalização, e a minha família em Alcantarilha, no Algarve. Foi o ano mais difícil da minha vida. O meu pai estava em Lisboa com um cancro e a minha família no Algarve. No ano seguinte fui transferido para Lagoa e reuni aí a minha mulher e os nossos filhos. Ambos trabalhávamos na área do ensino. No ano seguinte fui colocado em Silves, onde lecionei durante um ano. Depois elegeram-me presidente do conselho diretivo, o que detestei. Eu gosto de ensinar, não de estar a preencher papéis. Pedi então a transferência para Lagoa.
DE PROFESSOR A CANTOR PROFISSIONAL
CL – E deixou a música de lado?
CG – Não, em Lagoa decidi ir a Faro falar com o delegado da Secretaria de Estado da Cultura, para ver se arranjava algum sítio para cantar, de forma a não enferrujar. Fui então recebido pelo Tomás Ribas, que era um homem famoso nas danças folclóricas e que se tentou meter comigo…mas saiu-se mal. Disse-lhe que vinha de Moçambique e que a minha voz era tenor. Ele respondeu prontamente que lá não havia tenores e que o único que lá havia ouvido era um estrangeiro a cantar numa igreja. Rapidamente comecei a ver o cenário. Ele estava a referir-se à Igreja de Santo António da Polana, uma obra do arquiteto Nuno Craveiro Lopes, onde eu havia cantado várias vezes. Então perguntei-lhe “Olhe, por acaso não terá ouvido As 7 Últimas Palavras de Cristo de Théodore Dubois?”, ao que ele me respondeu entusiasmado “Ah, também foi ver?” a minha resposta foi curta: “Não, o tenor era eu.”. Ele ficou embaraçado e disse-me que não me podia contratar porque me faltava um estatuto qualquer que apenas se conseguia em Lisboa. Pensei que a minha carreira na música tinha acabado. Até que, o Conservatório Regional do Algarve, localizado em Faro, foi a Lagoa tocar. Os fundadores e diretores da instituição eram a célebre pianista, Maria Campina, e o seu marido, Pedro Ruivo. Chegou-lhes aos ouvidos que eu cantava pelo que me chamaram para verificar os meus dotes. Cantei um Avé Maria e a partir daí comecei a colaborar com eles, dando espetáculos em hotéis algarvios.
Entretanto integrou o Conservatório, um professor americano de canto, John Labarge, que dava aulas em Santa Bárbara na Califórnia, mas que se apaixonou pelo Algarve. O Conservatório cedeu-lhe um piano para ele fazer os seus vocalizes, mas em troca ele tinha de dar lições a um colaborador. Fui eu o escolhido. Foi o melhor professor que tive, aprendi com ele tudo o que sei.
CL – Como surgiu a oportunidade de enveredar pela música de forma profissional?
CG – O Teatro de São Carlos foi a Lagoa apresentar o espetáculo Madame Butterfly e o Conservatório quis exibir-me perante a direção do teatro. Na altura, era o João Paes que ocupava o cargo. Cantei duas óperas acompanhado por Ana Ester Neves – que se tornaria minha colega no São Carlos – e eles mostraram-se interessados pois haviam fundado uma companhia portuguesa de ópera. Lançaram-me então o convite. Pensei que depois de tudo o que tinha passado, e estando eu e a minha mulher como professores efetivos, não fazia sentido deixar o certo pelo incerto. Eu tinha 35 anos. Eles explicaram-me que podia ir como destacado, e assim receberia o ordenado da escola, ou requisitado, se quisesse receber pelo próprio teatro. Ponderei e decidi aceitar o desafio tendo optado pelo ordenado de origem pois era melhor. Terminou assim a minha carreira no ensino, em 1980, ao tornar-me artista residente do Teatro de São Carlos.
No primeiro ano lá, estive num coro intitulado Coro de Solistas e fiz um papel numa ópera. No ano seguinte passei a solista. Entretanto José Serra Formigal assumiu a direção do teatro e passei a cantor principal. Integrei esta companhia de ópera 12 anos, até à sua extinção, em 1992. Mas cantei no São Carlos durante 40 anos pois fui sendo sempre convidado. E há um aspeto engraçado nesta história: o São Carlos nunca mais voltou ao Algarve para fazer ópera. Já lá vão 44 anos. Já fui ao Algarve com o São Carlos fazer concertos, mas ópera o teatro nunca mais lá apresentou.
MOMENTOS ESPECIAIS
CL – Quais as óperas que fez no São Carlos que mais o marcaram?
CG – Em 1993, fiz um brilharete no Amor das Três Laranjas de Prokofiev. Não era cantado em russo porque o libreto era em francês. Em 1995 fomos convidados a ir a Israel apresentar esta ópera, que me marcou bastante. Também alcancei considerável sucesso com O Elixir do Amor de Gaetano Donizetti. O José Serra Formigal fazia sempre dois elencos, um nacional e um internacional. Não quer dizer que não houvesse portugueses no internacional, mas os novatos, como eu era na altura, integravam o nacional. Nesta última ópera o elenco nacional foi o mais aplaudido. Até a crítica evidenciava isso.
CL – Pode partilhar algum momento em palco que tenha sido diferente ou especial?
CG – No dia 30 de novembro de 1987 fui convidado pela Companhia de Ópera de Florença para ir fazer O Barbeiro de Sevilha a França, dado que um dos cantores, o famoso Luigi Alva, adoecera. Era uma ópera que eu já tinha feito em Lisboa há 2 ou 3 anos. Embarquei no dia 1 de dezembro e fui para Auxerre, onde me juntei à companhia. Assisti à récita dessa noite para ver como eles faziam. No dia seguinte, a minha apresentação seria em Brest. Não ensaiei uma única vez e apenas fui apresentado aos meus colegas no dia do próprio espetáculo. Até lá, só os havia visto vestidos com as roupas do espetáculo…que acabaram por se extraviar. Não tendo roupas para a apresentação decidimos explicar ao público a situação e fazer o espetáculo com as roupas que estávamos a usar na altura. Eu só sabia quem eram os personagens pela roupa então andava pelo palco meio perdido a tentar perceber qual dos meus colegas desempenhava determinada personagem. Foi um susto desgraçado.
Acabei por fazer o resto da digressão com a companhia que chegou inclusive a pedir-me ficar residente. Não aceitei o convite porque o São Carlos apenas me tinha dispensado para aquela ocasião específica, tal como me havia dispensado para ir cantar com a Orquestra Sinfónica de São Francisco de forma a assinalar o Dia de Portugal. Além disso tinha os meus filhos em idade escolar e isso significaria uma enorme mudança para eles.
CL – Quais foram as suas influências musicais?
CG – Nacionais diria o José António, o Rui de Mascarenhas e o Tomé de Barros Queirós. Eram tenores que ouvia na minha juventude e que não cheguei a conhecer. Internacionais gostava muito de ouvir o Giuseppe Di Stefano e o Franco Corelli. Hoje em dia há muito bons tenores para além “daqueles” três que toda a gente conhece. Em 2003, cantei com o Jose Carreras em Coimbra e gostei muito dele. O Plácido Domingos ouvi-o e o cumprimentei-o uma vez numa cerimónia no âmbito da presidência da república de Jorge Sampaio. O Luciano Pavarotti nunca o ouvi cantar ao vivo. Mas na altura deles, havia outro igualmente bom mas que não integrava o grupo: Alfredo Kraus…era um homem mais recolhido.
VÁRIOS PROJETOS A DECORRER
CL – Como vê o estado da ópera em Portugal atualmente?
CG – Caótico! A produção que existe é pouca e muito fraca. Vêm cá algumas companhias estrageiras apresentar óperas, mas isso não é nosso. A ópera hoje em dia está na mão dos encenadores. Os cartazes já nem sequer indicam o nome dos cantores. Um país europeu com a nossa visibilidade, devia ter produção própria muito melhor, porque o que temos agora é muito pobre. Não quero com isto dizer que não haja bons encenadores e compositores portugueses. São disso exemplo Eurico Carrapatoso e Alexandre Delgado, neto do general Humberto Delgado, com quem estou agora a fazer a terceira ópera. Já integrei o elenco de O Doido e a Morte, com texto de Raúl Brandão, de Rei Lear, em que faço o papel do bobo, e mais recentemente de Felizmente há Luar!, de Luís Sttau Monteiro. Desta última ópera já fizemos 6 apresentações. Restam-nos quatro que começam a partir de setembro em Coimbra, Braga, Santa Maria da Feira e Faro.
CL – Também participa em atividades promovidas pela União de Freguesias de Carnaxide e Queijas…
CG – Sim, sempre que me pedem, estou disponível para ajudar, nomeadamente com a Sociedade Filarmónica Fraternidade de Carnaxide. Certo dia contactaram-me para lhes indicar um maestro. E assim fiz. Arranjei-lhes o seu atual maestro que pertencia à banda da PSP. No ano passado a União de Freguesias fez-me uma homenagem na qual participaram dois cantores de Queijas que integram o coro do São Carlos. A primeira parte do espetáculo foi marcada por árias de óperas, acompanhadas ao piano pelo Pedro Vieira de Almeida. Na segunda parte deu-se uma demonstração pela Estúdio de Dança de Carnaxide, gerido pela minha filha.
CL – Para além da ópera Felizmente há luar!, está envolvido noutros projetos?
CG – Sim, tenho espetáculos com a Orquestra Filarmonia das Beiras e com a Orquestra da Academia da Cidade, dirigida pelo maestro José Ferreira Lobo. Tenho também um em vista para o final do ano um espetáculo com a Orquestra Plectro, uma orquestra de bandolins com a qual já trabalhei. Graças à minha agente Filipa Lopes, que pertence ao Teatro São Carlos, mantenho-me ativo.
NOTA: Artigo escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico