Ordem Dinástica de São Nuno de Santa Maria investe novos cavaleiros

A Ordem Dinástica de São Nuno de Santa Maria (ODSNSM) realizou uma cerimónia de investidura de sete novos cavaleiros, que decorreu no passado dia 2 de Novembro na capela do Farol da Guia, em Cascais, presidida pelo Duque de Loulé e Grão-Mestre da Ordem, Pedro José Folque de Mendonça Rolim de Moura Barreto, pretendente ao trono de Portugal, como Chefe da Casa Real Constitucional Portuguesa.

Um dos cavaleiros investidos na cerimónia conduzida pelo Chanceler-Mor da Ordem, Pedro de Brito Paulino de Noronha, conde de Mahém, foi o Dr. Olívio Dias, responsável por um conhecido grupo de clínicas médicas distribuídas por Cascais, Oeiras e Lisboa. O evento contou com a participação do Padre Delmar Barreiros, antigo Capelão da Armada Portuguesa com importantes missões realizadas ao serviço do Patriarcado de Lisboa, que dirigiu a vertente religiosa do evento.

“Foi uma cerimónia com elevado nível Cristão, que honra em tudo o nosso Santo Padroeiro”, comentou Olívio Dias, que foi convidado para ser investido cavaleiro pelo Chanceler-Mor da ODSNSM. “Aceitei o convite sabendo que o seu propósito será dirigido para o bem geral da sociedade e tendo a noção de que as pessoas envolventes estão de boa fé”, precisou o novo cavaleiro da Ordem ao jornal ‘O Correio da Linha’.

Foto: Paulo Rodrigues

ORDEM CRIADA EM 2009

A ODSNSM foi criada em 2009 pelo Duque de Loulé, em comemoração da canonização do seu antepassado, o Santo Condestável. Esta Ordem possui os graus de Grã-Cruz, Comendador, Cavaleiro e Dama, nas categorias de Justiça e Mérito. A Ordem foi constituída como associação em Agosto deste ano e tem a sua sede localizada no concelho de Lisboa.

Venerado pela Igreja Católica e figura fundamental da História de Portugal, Dom Nuno Álvares Pereira (1360-1431), conhecido como o ‘Santo Condestável’, foi beatificado a 23 de Janeiro de 1918, pelo Papa Bento XV (1854-1922), e canonizado a 26 de Abril de 2009, pelo Papa Bento XVI, actualmente com 95 anos, cujo pontificado decorreu entre 2005 e 2013, ano em que oficializou a sua abdicação.

A festa litúrgica em nome de São Nuno de Santa Maria decorre a 6 de Novembro, sendo o Santo Padroeiro da Arma de Infantaria do Exército Português e do Corpo Nacional de Escutas (Escutismo Católico Português). Após algumas trasladações, as relíquias de São Nuno de Santa Maria foram depositadas na cripta da Igreja do Santo Condestável, no bairro lisboeta de Campo de Ourique, inaugurada em 1951.

Foto: Paulo Rodrigues

OBJECTIVOS E REQUISITOS

Os objectivos da ODSNSM são: “a preservação e defesa dos valores da Fé Cristã; a ajuda aos mais carenciados, fornecendo instrumentos e ferramentas que combatam a pobreza e que permitam melhorar as condições de vida de cada um dos agregados familiares em dificuldade, com particular atenção para as crianças e idosos e para os ex-combatentes de África, em situação material precária.” São também objectivos da ordem: “a manutenção do espírito e princípios da Cavalaria Cristã; e a promoção de iniciativas que salvaguardem e defendam a História, a Imagem e o Prestígio de Portugal no Mundo”.

De acordo com informação partilhada pelo seu Chanceler-Mor, a ODSNSM tem neste momento 67 Damas e Cavaleiros. Em relação à média de idades, Pedro de Brito Paulino de Noronha responde: “Não efectuamos qualquer estatística relativa à média de idades dos membros, porque achamos que isso não se coaduna com os princípios da Ordem. Há membros com mais de 80 anos e há outros com pouco mais de 20”. Relativamente às profissões, “são igualmente muito variadas, desde advogados, arquitectos, empresários, etc.”. E revela: “até há pouco tempo integravam a Ordem três estudantes do Ensino Superior, que, entretanto, já terminaram os seus cursos”.

A admissão como membro da ODSNSM está sujeita a alguns requisitos. Segundo explica o Chanceler-Mor: “o candidato deve ser proposto por (pelo menos) um Cavaleiro Dinástico (ou Dama Dinástica) à Chancelaria da Ordem, que, após verificados os requisitos a cumprir, o propõe para deliberação ao Conselho Grão-Mestral, que decidirá sobre a sua admissão”. Salienta ainda Pedro de Brito Paulino de Noronha: “apenas podem ser aceites candidaturas de pessoas de bom carácter moral e cívico reconhecidos, que se identifiquem com os objectivos prosseguidos pela Ordem”.

Depois de armados cavaleiros, quais são os restantes graus por que passam os membros da ODSNSM? “Após serem investidos, os Cavaleiros (e Damas) manter-se-ão nesse Grau durante pelo menos um ano civil, no decurso do qual deverão participar em, pelo menos, duas cerimónias. Depois de cumprido esse período de tempo (e cumpridas as participações), poderão requerer a sua passagem ao Grau de Cavaleiro Dinástico (ou dama Dinástica)”.

O Chanceler-Mor assinala que “a Outorga de Grau de Cavaleiro (ou Dama) Dinástico é uma das cerimónias mais significativas no contexto da ODSNSM”, destacando que “é esse o momento de entrada de facto na Instituição daqueles que, após a sua investidura cumpriram o percurso exigido”. “É também o acto de apresentação e de integração dos Cavaleiros (ou Damas) no seio da Ordem, com a imposição da condecoração representativa do Grau que assumem”, sublinha.

Os restantes Graus da Ordem, passíveis de serem atingidos pelos Cavaleiros (e Damas) Dinásticos, são: Cavaleiro de Mérito; Comendador; Cavaleiro (ou Dama) Grã-Cruz. Existem ainda os Graus complementares de Cavaleiro-Comendador (que chefia uma Comenda) e de Cavaleiro (ou Dama) Jure Sanguinis.

Foto: Paulo Rodrigues

DE GENERAL A SANTO CONDESTÁVEL

Antes de enveredar pela vida monástica, Dom Nuno Álvares Pereira, filho de Álvaro Gonçalves Pereira e de Iria Gonçalves do Carvalhal, foi um nobre e importante general português, que assumiu um papel de relevo na defesa da independência de Portugal (1383-1385), quando as forças leais a D. João I, o Mestre de Avis, derrotaram as tropas de Castela, em número bastante superior, que ameaçavam a soberania nacional.

Após os êxitos alcançados frente às pretensões castelhanas de assumirem o trono de Portugal, entre os quais se destacam as batalhas dos Atoleiros (1384) e de Aljubarrota (1385), e das tréguas assinadas com Castela, Dom Nuno Álvares Cabral enfrentou a morte da esposa, Leonor de Alvim, e ainda participou na conquista de Ceuta (1415), antes de abandonar a vida militar e enveredar pela vida religiosa.

Em 1423, entrou para a Ordem dos Carmelitas, no Convento do Carmo, sob o nome de Irmão Nuno de Santa Maria, depois de ter distribuído os títulos e propriedades pelos netos. Como frade, dedicou-se à oração, penitência e caridade. O costume de percorrer as ruas de Lisboa pedindo esmolas para distribuir pelos pobres fizeram com que ficasse conhecido como Santo Condestável. Acabaria por morrer a 1 de Novembro de 1431, com 71 anos.

Autor: Redacção

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