“Não viram o HFF na Comunicação Social com uma mensagem de desesperança”

Inaugurado em 1995, o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF), também conhecido como Hospital Amadora-Sintra, é uma unidade hospitalar integrada no Serviço Nacional de Saúde (SNS) implantada na freguesia da Venteira, no concelho da Amadora. É um dos mais importantes hospitais da Área Metropolitana de Lisboa, com cerca de três milhões de habitantes.

Pensado para servir uma população de mais de 600 mil habitantes dos concelhos da Amadora e Sintra, a gestão desta unidade de saúde foi inicialmente entregue a uma entidade privada, a Amadora Sintra, Sociedade Gestora S.A., sendo que esta concessão terminou em 2008, vindo a optar-se por um regime de Entidade Pública Empresarial, estatuto mantido até à actualidade.

Durante o último ano, a exemplo do que aconteceu com várias outras unidades hospitalares do SNS, também o HFF enfrentou dificuldades relacionadas com as exigências criadas pela pandemia COVID-19, que veio pressionar a capacidade de resposta, sobretudo, dos Serviços de Urgência e da Unidade de Cuidados Intensivos, obrigando a encontrar soluções exequíveis.

O jornal ‘O Correio da Linha’ entrevistou o Dr. Marco António Franco Lopes Ferreira, Presidente do Conselho de Administração do HFF, sobre estas e outras questões numa altura em que esta unidade de saúde ultrapassou já os 25 anos de existência ao serviço da população de dois concelhos em franco crescimento, numa fase caracterizada por medidas de contingência exigentes.

Jornal ‘O Corrreio da Linha’ (CL) – Quais têm sido as maiores dificuldades enfrentadas pela gestão do HFF durante esta fase de crise sanitária?

Dr. Marco Ferreira (MF) – A maior dificuldade tem sido, sem dúvida, ter de lidar com a incerteza, porque por muito que se faça o planeamento – e isso foi feito – a evolução da situação epidemiológica dependeu também de factores que nenhum de nós efectivamente controlava.

Usei várias vezes a expressão “o planeamento foi sendo ultrapassado pela realidade” e foi isso mesmo que aconteceu. Basta ver que no período crítico da última vaga de infecções por COVID-19, o número de doentes internados no HFF chegou a ser de 385, quando o nosso plano de contingência, elaborado em articulação com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) previa, no seu pior cenário, 120 doentes.

Mas nem tudo foi negativo. Conseguimos ultrapassar de forma satisfatória esta última fase da crise, dando uma boa resposta, do ponto de vista da qualidade dos cuidados de saúde, aos nossos utentes. Isso foi possível graças ao notável desempenho de todos os profissionais desta casa, que foram capazes de dar o melhor de si para que nada faltasse no tratamento dos doentes.

Não sei se ao longo da minha vida profissional voltarei a viver uma situação como esta, mas tenho a certeza de que aprendemos todos uma grande lição: o HFF tem profissionais excelentes, com os quais a população pode sempre contar.

CL – A equipa técnica do Hospital foi reforçada?

MF – Ao longo dos primeiros 12 meses de pandemia, o número de profissionais de saúde ao serviço no HFF foi reforçado. Foram contratados um total de 118 novos profissionais – registando-se um saldo acumulado nos últimos 12 meses de mais 1 médico, 26 enfermeiros, 33 assistentes operacionais, 25 técnicos de diagnóstico e terapêutica e 15 administrativos. 

CL – Quantos funcionários tem actualmente o HFF nos seus quadros? 

MF – O HFF tem cerca de 3.200 trabalhadores. O quadro de recursos humanos tem vindo a ser reforçado, progressivamente, nos últimos anos. Contudo, e tal como em todo o SNS, há alguns grupos profissionais particularmente carenciados, como enfermeiros e médicos de algumas especialidades. Imagiologia e Ginecologia-Obstetrícia, por exemplo.

CL – O orçamento do Hospital sofreu algum reforço devido às dificuldades impostas pela pandemia COVID-19? Se sim, de que ordem? 

MF – O orçamento do HFF sofreu um reforço através de dois Programas de Financiamento Centralizado, na ordem de um milhão de euros e para pagamento dos prémios aos profissionais de saúde COVID-19. Através da reserva estratégica nacional foram também fornecidos Equipamentos de Protecção Individual, no valor de 500 mil euros.

123 PARTOS DE GRÁVIDAS INFECTADAS POR COVID-19

CL – Quais os dados registados desde o início da pandemia pelo Hospital, em número de doentes atendidos, internamentos (incluindo a Unidade de Cuidados Intensivos) e falecimentos?

MF – O HFF travou uma batalha contra a pandemia COVID-19 que não encontra precedentes na sua história de 26 anos. Por servir seis por cento da população portuguesa, residente nos concelhos da Amadora e Sintra, o HFF evidenciou-se como um dos Hospitais mais pressionados pela evolução da pandemia COVID-19 em toda a região de Lisboa e Vale do Tejo. O balanço do último ano revela que as urgências respiratórias do HFF e os internamentos de pacientes COVID-19 em Enfermaria no HFF atingiram em alguns momentos, inequivocamente, máximos de toda a região.

Nos primeiros 12 meses da pandemia, o HFF registou um total acumulado de 31.320 atendimentos no Serviço de Urgência – Área Dedicada a Doentes Respiratórios, 3.120 internamentos de doentes em Enfermarias dedicadas à COVID-19, e 301 pacientes cuja evolução da infecção por SARS-CoV-2 obrigou à transferência para os Cuidados Intensivos.

Os profissionais de saúde do HFF enfrentaram, sem tréguas, três vagas da pandemia COVID-19: Março/Abril 2020; Maio/Junho 2020; Outubro/Dezembro 2020. A 26 de Janeiro deste ano, com 385 doentes COVID-19 internados – uma taxa de esforço COVID-19 de 62% do total de camas disponíveis do Hospital – registou-se o pico histórico de assistência do HFF à pandemia e, entre 14 e 16 de Fevereiro foi atingido o máximo de 42 doentes COVID-19 internados nas unidades de cuidados intensivos COVID-19 do HFF.

Temos a lamentar em 12 meses de pandemia 589 vítimas mortais de COVID-19. Do lado oposto do ciclo da vida, o HFF realizou 123 partos de grávidas infectadas por COVID-19 no último ano, e nasceram três recém-nascidos positivos para COVID-19 no Hospital, um dos maiores números da região de Lisboa e Vale do Tejo.

CL – O Hospital chegou a estar à beira da ruptura?

MF – O HFF chegou a estar muito perto do seu limite de capacidade de resposta, mas em momento algum sentimos estar numa situação de ruptura iminente. Em cada momento concentrámo-nos em encontrar as melhores respostas para as questões que iam surgindo, pois dessa nossa capacidade dependia a vida de muitos doentes. Não viram o HFF na Comunicação Social com uma mensagem de desesperança, antes pelo contrário. Todos sabiam que a prioridade era dar a resposta que as pessoas infectadas com COVID, e eram muitas, precisavam, olhando muitas vezes para o HFF como o último reduto de esperança. Há uma frase que gosto muito, de Theodore Roosevelt: “Coragem não é ter forças para continuar; é continuar quando não se tem mais forças”. Creio que tivemos muita coragem.

CL – O HFF teve necessidade de transferir doentes para outras unidades? Quantos?

MF – Existiu de facto a necessidade de transferência de mais de duas centenas de doentes COVID e não-COVID do HFF durante o pico de assistência à pandemia nos primeiros meses do ano de 2021, da mesma forma que, durante a primeira vaga, também o HFF recebeu doentes COVID de outros hospitais e regiões do País mais afectadas pela pandemia. Estas transferências entre hospitais permitem atenuar o esforço de cada instituição, sendo coordenadas pela ARSLVT. Foi uma medida estritamente necessária para o HFF poder continuar a aumentar a sua capacidade de resposta de internamento a doentes COVID e assim garantir cuidados de saúde à população que nos procurava. Deixar a população sem resposta não era uma opção.

CL – Face à experiência acumulada na luta contra a COVID-19, quais as principais necessidades identificadas no combate à doença?

MF – Os profissionais de saúde demonstraram estar à altura da maior crise de saúde pública do século, com dedicação e sacrifício pessoal, humanismo e espírito de missão e, acima de tudo, profissionalismo. Foram muitas vezes comparados a super-heróis e é justa a analogia: foi quase sobrenatural a sua capacidade de entrega e coragem. Olhando para trás, e para toda a experiência acumulada, sobressai a necessidade de reforço do investimento nas infraestruturas hospitalares e nos seus recursos humanos, bem como na articulação entre hospitais e cuidados de saúde primários, nesta rede virtuosa que está na génese e na essência do SNS.

CL – Que medidas estão a ser tomadas atendendo à eventualidade de poderem ocorrer novas vagas da pandemia?

MF – Estamos preparados para enfrentar uma eventual nova vaga da pandemia. O nosso plano de contingência foi actualizado e, devido à experiência acumulada e à pressão que sentimos nos primeiros dois meses de 2021, sabemos com detalhe que enfermarias e que profissionais podemos alocar ao combate à pandemia se assim for necessário. 

CL – Já existem dados estatísticos relativamente a 2020 no que diz respeito a número de consultas realizadas, internamentos, cirurgias?

MF – A assistência a doentes não-COVID também foi uma prioridade para o HFF no último ano. Não obstante a pressão e o nível assistencial recorde do HFF no combate à pandemia, que obrigou a uma alocação de recursos humanos e instalações para o tratamento aos doentes infectados pelo SARS-CoV-2, em particular para os cuidados intensivos, foram realizadas 131.444 consultas médicas e 9.498 cirurgias. 

Apesar da pressão da pandemia, foi possível manter três salas do bloco operatório do HFF abertas e em funcionamento, garantindo, assim, em todas as circunstâncias, as cirurgias oncológicas prioritárias e as cirurgias de trauma e urgentes.

Durante o primeiro ano de combate à pandemia, o HFF realizou ainda uma intervenção geral de remodelação do bloco operatório central, num investimento de 1,8 milhões de euros. 

CL – Como está a situação das listas de espera? Quais as especialidades mais problemáticas?

MF – Com o recuo da pandemia, a partir do início do terceiro trimestre de 2020, o HFF retomou progressivamente a actividade cirúrgica e as consultas. Para além do retomar de actividade cirúrgica aos níveis pré-COVID no bloco operatório, o HFF foi um dos primeiros hospitais do País a combater as listas de espera provocadas pela suspensão da actividade cirúrgica devido à pandemia, através da contratualização, com um parceiro privado, de um conjunto de 507 cirurgias de Ambulatório, essencialmente da especialidade de Cirurgia Geral e Otorrinolaringologia. 

De Outubro de 2020 a Janeiro de 2021, os cirurgiões do nosso Hospital realizaram dez cirurgias de ambulatório por dia, numa unidade de saúde privada, recorrendo ao seu apoio de anestesiologia, enfermagem e às suas instalações. Em Abril deste ano, o HFF avançou para nova contratualização de cirurgias, mais complexas, com internamento. 

São 480 cirurgias de doentes que estão em lista de espera há mais de um ano, que pretendemos executar em quatro meses, a uma média de oito por dia. As especialidades mais envolvidas são a Cirurgia Geral, a Cirurgia Plástica e a Cirurgia Maxilo-Facial.

“SÍNDROME ‘PÓS-COVID’ É UMA NOVA FACETA DA PANDEMIA”

CL – Tem sido feito algum tipo de acompanhamento aos doentes infectados com o vírus SARS-Cov-2, entretanto recuperados? Tem sido detectadas sequelas? De que tipo?

MF – Sim. O HFF é um dos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo que mais doentes COVID assistiu durante o primeiro ano da pandemia, e essa grandeza de números reflecte-se na necessidade de prestação de cuidados dedicados a doentes “Pós-COVID”. O Serviço de Pneumologia do HFF disponibiliza desde o final do ano passado uma consulta especializada, para o acompanhamento e reabilitação de doentes com sequelas persistentes do sistema respiratório após infecção pelo SARS-CoV-2, e a partir do dia 10 de Maio passámos a disponibilizar aos utentes uma consulta multidisciplinar que inclui várias especialidades para além da Pneumologia, como a Infecciologia, Neurologia, Cardiologia, Medicina Interna, Nefrologia, Psiquiatria, entre outras. 

A síndrome “Pós-COVID” é uma nova faceta da pandemia, que exige acompanhamento e cuidados de saúde especializados. Esta síndrome ocorre em casos de doentes que tiveram manifestações da doença COVID, e também em doentes infectados que não necessitaram de internamento hospitalar, ventilação ou oxigenoterapia. A síndrome “Pós-COVID” pode manifestar-se enquanto síndrome pós-agudo, quando os sintomas persistem após três semanas do diagnóstico COVID-19, ou enquanto síndrome crónico: neste caso, quando os sintomas persistem para além das 12 semanas após o diagnóstico. As queixas e sintomas dos doentes podem ser flutuantes, na presença e na intensidade, ao longo do tempo.

CL – Têm sido implementadas algumas iniciativas originais no Hospital. Pode destacar algumas delas em particular? 

MF – A mais recente e pioneira a nível nacional é a “autoestrada” da Pediatria até ao Bloco Operatório, que permite que crianças muito pequeninas, dos dois aos oito anos, se transformem em “estrelas ao volante”, a bordo de carros eléctricos, oferecidos pela SIVA. Este é um exemplo perfeito de como uma iniciativa quase simbólica pode ter um impacto determinante nos utentes, nas suas famílias, e do papel crescente da humanização dos hospitais. É também um exemplo de como a sociedade civil e o mecenato podem apoiar o SNS.

CL – O serviço de Urgência Geral do HFF é referenciado como sendo o maior serviço de urgência da região de Lisboa e Vale do Tejo. Que responsabilidades acrescidas é que isso acarreta?

MF – Em primeiro lugar, uma enorme necessidade de recursos humanos. O serviço de urgência funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano, e para isso é necessária uma vasta equipa de profissionais.

A responsabilidade é muito grande, porque nas situações verdadeiramente urgentes, a rapidez e qualidade do atendimento têm grande impacto na vida desses utentes. Muito injustamente, apenas se fala do serviço de urgência quando surge algum problema.

Esta é uma das áreas em que a articulação com os Cuidados de Saúde Primários, dos Agrupamentos de Centros de Saúde da Amadora e de Sintra, é fundamental, pois mais de metade dos utentes que recorrem à nossa urgência geral não são verdadeiramente urgentes (são triados pelo sistema de Manchester com prioridades verde ou azul) e poderiam ter uma resposta adequada a nível dos Cuidados de Saúde Primários.

CL – O HFF tem sido pioneiro no lançamento de várias práticas hospitalares inovadoras. Quais foram as que tiveram maior impacto?

MF – Mesmo num contexto adverso de pandemia, o HFF conseguiu implementar práticas francamente inovadoras. Vou pecar por defeito, mas escolher apenas dois exemplos, em áreas muito distintas, que tiveram um impacto tremendo durante este ano de pandemia. Por exemplo: fomos um dos primeiros hospitais da região a implementar um sistema de testagem à COVID em sistema “drive-thru”. O HFF foi também dos hospitais onde nasceram mais bebés de grávidas infectadas por COVID-19. Em contraciclo do que foi a decisão da esmagadora maioria das unidades hospitalares, nunca separámos mães infectadas por COVID-19 e os seus recém-nascidos negativos para COVID. Nascer em contexto de pandemia foi de certa forma desumanizado, por legítimos receios pelo desconhecimento da doença. Mas o HFF é um hospital “amigo dos bebés” e optámos por cumprir aquelas que eram as directrizes da OMS, através de um estrito protocolo de segurança, e não houve nenhum bebé infectado, dos 123 partos de mães COVID no primeiro ano de pandemia em Portugal.

CL – Como tem funcionado a colaboração/inter-relação com as unidades de saúde da região?

MF – Este é um vértice de actuação com enorme potencial. Temos todos a ganhar – sobretudo os utentes – se apostarmos numa maior articulação da resposta entre hospitais e entre estes e os Cuidados de Saúde Primários. Uma das áreas de actuação diz respeito às consultas descentralizadas e consultoria, em que médicos do HFF se deslocam a algumas unidades dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) para observar ou discutir doentes com os colegas de Medicina Geral e Familiar. Este trabalho de articulação é algo que pretendemos potenciar em 2021. 

CL – O HFF tem conseguido acompanhar os avanços tecnológicos ocorridos nos últimos anos, nomeadamente modernizando os meios de que dispõe? Têm sido adquiridos novos equipamentos?

MF – Nos últimos 12 meses, o HFF remodelou e reequipou as 11 salas do seu Bloco Operatório, num investimento de cerca de 2 milhões de euros. Em tempo recorde, o HFF construiu também uma nova área dedicada a doentes respiratórios no Serviço de Urgência e uma nova unidade de Cuidados Intensivos. É fundamental destacar o importante apoio que as Câmaras Municipais de Sintra e da Amadora deram nesta área, financiando alguns destes importantes investimentos e colaborando permanentemente com o HFF. Este relacionamento próximo e trabalho de parceria com as autarquias é muito relevante para o nosso hospital e pretendemos que assim se mantenha e aprofunde.

É ainda importante referir que foi reforçado o parque de equipamentos de diagnóstico e apoio à COVID-19, num investimento que ascende a 2,4 milhões de euros, e dos quais se destacam, entre outros, o aumento de 47 ventiladores invasivos, 48 ventiladores não-invasivos, 163 monitores multiparamétricos, um TAC de última geração e dois equipamentos de RX. 

CL – Que iniciativas foram lançadas para assinalar os 25 anos de existência do HFF?

MF – A pandemia abateu-se no País e com especial força no HFF no ano da comemoração dos seus 25 anos. Algumas iniciativas programadas tiveram naturalmente de ser repensadas, porque o Mundo como o conhecíamos mudou. Brevemente iremos instalar no átrio da entrada principal uma exposição multimédia sobre a história do Hospital, homenageando as várias gerações de profissionais de saúde que deixaram a sua marca na saúde da população da Amadora e de Sintra. 

Estamos também a realizar em bom ritmo a reabilitação da fachada e cobertura do Hospital, duas obras que ascendem a 2,9 milhões de euros, e assim que concluídas vamos também desvendar uma nova imagem e logótipo do HFF. Pretendemos que toda a comunidade sinta que se inicia agora, nesta era pós-COVID e na sequência do exemplo de superação do HFF no contexto de pandemia, um renascimento e um novo capítulo da história deste Hospital.

“QUANDO ABRIU PORTAS O HFF JÁ ESTAVA SUBDIMENSIONADO”

CL – Como antevê o futuro desta unidade hospitalar, sendo que serve a população de dois concelhos em franco crescimento populacional?

MF – No dia em que abriu portas, o HFF já estava subdimensionado, pois a população era já muito superior à prevista aquando dos estudos que lhe deram origem. De qualquer forma, o futuro reserva grandes desafios. 

A criação do futuro Hospital de Proximidade de Sintra vai permitir melhorar a resposta ao nível das consultas das diversas especialidades médicas e também ao nível da cirurgia de ambulatório. Mais uma vez, o papel da Câmara Municipal de Sintra revela-se aqui fundamental, pois ficará a seu cargo a construção do novo hospital.

Depois, o reforço da resposta que tem sido conseguido em diversos domínios tem possibilitado reforçar a capacidade assistencial. A área dos Cuidados Intensivos é disso um bom exemplo, pois praticamente foi duplicado o número de camas desta importante especialidade médica. O arranque da hospitalização domiciliária, os novos equipamentos de Imagiologia e o Bloco Operatório remodelado e reequipado são outros exemplos dos passos que têm sido dados para um HFF cada vez mais capaz de cumprir a sua missão.

Autor: Luís Curado

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