E 30 anos se passaram

O Correio da Linha está de parabéns. Completamos este mês de Março 30 anos de existência ao serviço de um público fiel, com o qual temos vindo a ter o prazer de partilhar um percurso sólido, recheado de bons momentos, e com o reconhecimento de quem nos conhece. A entrarmos no Ano 31 orgulhamo-nos de cumprir um trajecto merecedor também da confiança conquistada junto dos anunciantes, que têm apostado no nosso projecto para divulgação dos seus produtos. 

Nascemos em Março de 1989, inicialmente com o nome de Correio da Costa do Estoril. Mais tarde, em função de melhoramentos e ajustamentos, nomeadamente da área de cobertura noticiosa, que passou a abarcar um maior espaço geográfico, alterámos o título para O Correio da Linha, o qual se mantém até aos dias de hoje. Actualmente, as notícias que publicamos abrangem os concelhos da Amadora, Cascais, Oeiras e Sintra, importantes pólos de desenvolvimento em redor da cidade de Lisboa. 

Nestes últimos 30 anos, o Mundo mudou de forma radical. Vivemos uma nova realidade na forma de dar notícias com a chegada em força das redes sociais e dos projectos online disponíveis na Internet. Brevemente, apresentaremos aqui novidades. O Correio da Linha defende a inovação como forma de marcar a diferença e de abraçar novos desafios que nos levem mais longe no propósito de cumprir esta nobre tarefa de representar a Imprensa Regional, de estar mais perto.

DESTAQUES DE CAPA HÁ 30 ANOS

Há 30 anos, na edição inaugural do jornal O Correio da Linha mereceram destaques de capa temas que identificaram desde logo os propósitos do nosso projecto de âmbito regional. ‘Centenas de peões em perigo na estrada de Manique’, ‘Bombeiros de Oeiras recebem ajuda da Câmara’, ‘Semáforos em Alcoitão vão travar lista negra de mortos e feridos’ e ‘Basquetebol do Estoril Praia precisa do apoio da Câmara’ foram os títulos em evidência na capa do nosso primeiro número.

Nas páginas interiores do jornal, na altura ainda limitado aos concelhos de Cascais e de Oeiras, foram publicados também artigos sobre o início dos trabalhos da nova auto-estrada Lisboa-Cascais, na altura ainda na zona do Estádio Nacional, e sobre um assalto ocorrido durante a madrugada em várias lojas do Centro Comercial Galiza, em S. João do Estoril. O tema da segurança mereceu destaque em várias outras notícias relacionadas com o concelho de Cascais.

BENFICA CAMPEÃO E FÓRMULA UM AINDA EM PORTUGAL

No ponto de partida, três décadas atrás, quais os factos que marcaram o quotidiano do País? O Benfica sagrou-se campeão em 1989, com 63 pontos conquistados, seguido do FC Porto, com 56, e do Boavista, com 49, deixando o Sporting no quarto lugar, com 45 pontos. Mas se venceram o campeonato, as águias, treinadas por Toni e presididas por João Maria dos Santos Júnior, não conseguiram cantar vitória na Taça de Portugal, que foi erguida pelo Belenenses, após uma vitória na final por 2-1.

Ainda no campo desportivo, numa altura em que o Campeonato Mundial de Fórmula 1 também se disputava em Portugal, no Autódromo do Estoril, o austríaco Gerhard Berger, em Ferrari, impôs-se aos demais pilotos, deixando o francês Alain Prost, em McLaren-Honda, na segunda posição, com o terceiro lugar do pódio a ser entregue ao sueco Stefan Johansson, em Onyx-Ford. Foi a época dourada da mais popular modalidade do Desporto Automóvel no nosso País.

Em 1989 disputou-se a 51.ª edição da Volta a Portugal em Bicicleta, prova rainha do ciclismo nacional, que foi ganha por Joaquim Gomes. Após terminar a sua carreira profissional, este antigo ciclista assumiu o papel de director da prova que venceu por duas vezes (a outra foi em 1993), cargo que ainda hoje desempenha. Ainda no ano do nascimento do nosso jornal, a Selecção Portuguesa foi derrotada pela sua principal rival de sempre Espanha na final do 29.º Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins, por 1-2.  

No Atletismo, o ano revelou-se fantástico para o Sporting, que venceu de forma categórica a Taça dos Campeões Europeus de Corta-Mato disputada na Aldeia das Açoteias, no Algarve. Nessa prova os ‘leões’ conseguiram colocar quatro atletas nos cinco primeiros lugares da classificação, com um registo recorde difícil de superar de apenas 12 pontos. Os heróis do clube de Alvalade foram Domingos Castro, que venceu a prova, Fernando Mamede (2.º), Fernando Couto (4.º) e Dionísio Castro (5.º).

TRÊS DÉCADAS DEPOIS ISALTINO MORAIS OCUPA O MESMO CARGO

Nesse mesmo ano de 1989, realizaram-se Eleições Autárquicas em Portugal para eleger os membros dos órgãos do poder local. No concelho da Amadora, a Coligação Democrática Unitária (CDU) venceu com 38,5% dos votos e assegurou a presidência da autarquia para Orlando de Almeida, com a eleição de cinco vereadores em onze possíveis. O Partido Socialista (PS), com 27,1%, e o Partido Social Democrata (PSD), com 25,9%, repartiram os restantes seis vereadores, assegurando três lugares para cada um.

Em Cascais, venceu o PSD com 39,5% dos votos e cinco vereadores eleitos, avançando para presidir à autarquia Georges Dargent. O PS conseguiu a segunda posição, com 25,1%, e assegurou a eleição de três vereadores, mais um que a CDU, que contabilizou 20,3%, seguida do CDS, com 10% e um vereador. Em Oeiras, o cenário foi parecido. O PSD também venceu, com 43,6% dos votos e seis vereadores eleitos, com o PS a registar 28,5%, com três vereadores, e a CDU na terceira posição, com 18,5% e dois vereadores. Isaltino Morais conquistou a presidência. Trinta anos depois, ocupa, como independente, o mesmo cargo.

Nas eleições autárquicas disputadas em Sintra, o quarto concelho abrangido pela cobertura noticiosa do jornal O Correio da Linha, a vitória sorriu à coligação PSD-CDS, com 33,1%, que elegeu João Justino como presidente da câmara e quatro vereadores, contra outros tantos da CDU, com 30,1%, e três do PS, com 28,2%. Actualmente, as quatro câmaras municipais são presididas por Carla Tavares (Amadora, PS), Carlos Carreiras (Cascais, PSD-CDS), Isaltino Morais (Oeiras, Independente) e Basílio Horta (Sintra, PS). 

CINEMA, TELEVISÃO E UMA TRAGÉDIA AÉREA 

No Mundo da Cultura, 1989 ficou marcado, entre outras coisas, pela rodagem de um filme importante para a Cinematografia Portuguesa. Referimo-nos a ‘Recordações da Casa Amarela’, de João César Monteiro, premiado com o Leão de Prata no prestigiado Festival de Cinema de Veneza. No pequeno ecrã, a popular série ‘Duarte & Companhia’, uma comédia policial portuguesa da autoria de Rogério Ceitil exibida na RTP, chegava ao fim.

Também com a chancela da única emissora de televisão portuguesa à época, a XXV edição do Festival RTP da Canção teve como vencedores os Da Vinci, com o tema ‘Conquistador’, da autoria de Ricardo Landum (música) e de Pedro Luís (letra). Mais tarde, no Festival Eurovisão da Canção, a canção, interpretada em português, haveria de ficar classificada no décimo-sexto lugar, com 39 pontos conquistados.

O ano de 1989 ficou ainda marcado por uma tragédia ocorrida nos Açores, a 8 de Fevereiro, quando um Boeing 707-331B a fazer um voo charter da companhia norte-americana Independent Air, com partida de Bergamo (Itália) e chegada a Punta Cana (República Dominicana), colidiu com o Pico Alto, na ilha de Santa Maria, causando a morte dos seus 144 ocupantes, naquele que é considerado um dos piores acidentes aéreos ocorridos em Portugal.

Autor: Luís Curado

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